“É no diálogo com os partidos com que aprovámos os últimos orçamentos que encontraremos respostas e soluções para esta crise, prosseguindo uma recuperação que demorará o seu tempo e que necessita de estabilidade”, afirmou Duarte Cordeiro, na abertura das jornadas parlamentares do PS, numa formulação que permite incluir também o BE, partido que votou contra o último Orçamento, mas se absteve antes e já foi incluído nas negociações para 2022.
Na abertura das jornadas parlamentares do PS, que decorrem em Caminha até sexta-feira, Duarte Cordeiro voltou a apontar baterias à direita, tal como tinha feito antes o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro.
“Hoje em Portugal é evidente que a direita não tem soluções para o nosso presente nem para o nosso futuro. A direita ficou presa às suas respostas à crise do passado, apesar das consequências para o nosso país. E pior: tem permitido que cresça uma agenda que aposta na divisão, no confronto entre portugueses e na xenofobia”, criticou.
Por essa razão, acrescentou, “será à esquerda” que o Governo procurará “assegurar a estabilidade e as boas políticas de que o país precisa para prosseguir este combate à pandemia, recuperar o país e garantir o futuro”.
Duarte Cordeiro vincou ainda diferenças entre o que foi a gestão da crise sanitária provocada pela pandemia de covid-19 com um Governo PS e o que poderia ter sido com um executivo de direita.
“Sem a opção por uma estratégia de recuperação económica, sem o aumento dos rendimentos e dos níveis de emprego, sem o reforço da proteção social e sem o investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a crise que vivemos teria tido consequências ainda mais nefastas e violentas para a nossa vida em comunidade”, considerou, salientando que, na anterior crise, foi atingida uma taxa de desemprego de 17% e atualmente situa-se nos 7%.
“E, ao contrário do vaticinado pela direita, os serviços públicos têm respondido”, defendeu.
Antes, o presidente da Federação de Viana do Castelo e da Câmara Municipal de Caminha, Miguel Alves, não manifestou uma visão tão benevolente sobre a esquerda, desafiando o PS a ser a “consciência crítica” do Governo porque “mais ninguém tem condições para o ser”.
“À esquerda temos desistência ou a intransigência – espero que o pragmatismo que normalmente está associado ao institucionalismo do PCP permita alguma estabilidade – à direita, temos indigência ou deserção”, afirmou.
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