A paralisação iniciou-se às 00:00 de hoje e começou por se fazer sentir nos hospitais, com uma adesão de 100% nas primeiras horas, segundo a dirigente da Frente Comum, Ana Avoila, que fez o primeiro balanço da greve à porta do Hospital de São José, em Lisboa.

Em vários hospitais de Lisboa, como o São José e a Estefânia, bem como nos hospitais de Braga, Bragança, Famalicão e Guimarães a adesão ao protesto rondava os 100%, segundo a sindicalista.

No hospital São Francisco Xavier a adesão era de 95%, em Santa Maria de 80% e na Maternidade Alfredo da Costa de 75%, enquanto que no Amadora-Sintra a adesão era de 100%, sendo considerado pela dirigente sindical como um “sítio muito difícil” de conseguir estes níveis.

Junto ao Hospital Eduardo Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, o coordenador do Sindicato da Função Pública do Norte adiantou à Lusa que naquela região do país os números de adesão eram “próximos dos 100%" nos hospitais São João, no Porto, Eduardo Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, bem como em Braga, Barcelos, Guimarães, Famalicão e Chaves.

A maioria das escolas esteve encerrada por falta de professores, segundo um levantamento feito pela manhã pela Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

“Falei com vários colegas um pouco por todo o país e há uma forte adesão de professores, em especial os do pré-escolar e do 1.º ciclo, assim como de assistentes (funcionários) em todos os níveis de ensino”, contou à Lusa o presidente da ANDAEP, Filinto Lima, que esta manhã contactou diretores escolares das zonas de Coimbra, Viseu, Lisboa, Porto e Gaia.

“A adesão a esta greve deve ser das maiores dos últimos anos. Os funcionários estão a trabalhar a dobrar porque há uma promessa de mais 1.500 funcionários que continua sem acontecer e a cereja no topo do bolo para os professores foi o Orçamento do Estado que esqueceu os 10 anos de serviço docente”, sublinhou Filinto Lima.

Na Madeira, a greve nacional da função pública teve uma adesão de 70%, disse Ricardo Gouveia, presidente da delegação regional do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública.

A cidade do Funchal foi a que teve na região maior adesão à greve nacional da função pública, tendo os setores da limpeza urbana e da remoção noturna atingido os 85% e os 80%, respetivamente.

Também nos Açores a greve registou maior impacto na saúde e educação, com muitas escolas encerradas e outras a meio gás, adiantaram à agência Lusa dirigentes sindicais.

Segundo o STAL – Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, a paralisação de hoje teve uma “forte impacto” ao nível das autarquias, com o encerramento total de várias câmaras e “sérias perturbações” no funcionamento de serviços como recolha de lixo, escolas ou transportes municipais.

Esta é a terceira greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública com o atual Governo (PS) e a primeira convocada pela Frente Comum.

A primeira greve com o executivo de António Costa ocorreu em 29 de janeiro de 2016 e foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública, assim como a de 26 de maio deste ano, que teve como objetivo reivindicar aumentos salariais, o descongelamento das carreiras, o pagamento de horas extraordinárias e a redução do horário de trabalho para 35 horas em todos os serviços do Estado.