“Hoje estamos com 86% de adesão no que diz respeito ao turno da noite, que terminou hoje de manhã. Na quinta-feira, [quarto dia de greve], a adesão fixou-se nos 92%”, o melhor resultado desde o início da paralisação, adiantou à agência Lusa o presidente dos Sindicato dos Enfermeiros (SE).

José de Azevedo disse “esperar que a adesão à greve venha a ser superior aos 86% nos próximos turnos devido à concentração de hoje junto à Assembleia da República, que vai contar com a participação de enfermeiros de todo o país.

No dia em que se comemoram os 38 anos da criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), os enfermeiros pretendem fazer chegar o protesto ao parlamento.

Desde o início da paralisação várias cirurgias programadas foram adiadas e muitas consultas canceladas.

Os enfermeiros reivindicam a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respetivo aumento salarial, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros, mas a Secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.

Esta irregularidade da marcação determinada pelo Governo pode levar à marcação de faltas injustificadas aos enfermeiros que aderiram ao protesto.

O braço de ferro entre enfermeiros e Ministério da Saúde prolonga-se desde julho, com a reivindicação da integração da categoria de especialista na carreira.

Sobre a convocação pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) de uma greve para 03, 04 e 05 de outubro, José de Azevedo disse à Lusa estar “disponível para o diálogo”, adiantando que vai aguardar pela marcação de uma reunião.

A decisão do SEP foi tomada após uma nova reunião com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que o sindicato considerou inconclusiva, apesar dos compromissos assumidos pela tutela sobre as 35 horas semanais de trabalho para todos os enfermeiros, a reposição das horas de qualidade e o aumento dos salários para os enfermeiros especialistas.