Falando aos jornalistas à porta do hospital de S. José, em Lisboa, o presidente do sindicato, José Carlos Martins, afirmou que, naquela unidade, a adesão à greve atingiu 90,3%, enquanto que no hospital de S. João, no Porto, 79% dos enfermeiros não foram trabalhar.
O sindicalista afirmou ainda não dispor de números globais da greve, os quais serão divulgados mais tarde.
No litoral, indicou adesão de 87%, enquanto em Leiria pararam as cirurgias e no hospital Egas Moniz, em Lisboa, a adesão no turno da manhã era de 78%.
A principal reivindicação dos enfermeiros é a contratação de mais pessoal para compensar a passagem do regime de 40 para 35 horas semanais de trabalho, sem o que há serviços que entrarão em rutura, avisam.
José Carlos Martins afirmou que o governo garantiu na segunda-feira que irá concluir até final de semana as autorizações para contratar cerca de 2.000 profissionais de saúde, mas isso não satisfaz o sindicato, que fala em "vergonha e incompetência" e uma "lamentável gestão política" da passagem para as 35 horas.
Desde outubro de 2017 que se sabe que as 35 horas se aplicam a partir de dia 01 de julho, mas "só a quatro dias" desse prazo é que se estão a autorizar as contratações.
Mas mesmo que tudo arranque antes de 01 de julho, os enfermeiros ainda têm que ir a concurso para serem chamados e entrarão ao serviço em pleno período de férias, quando há menos colegas que os possam integrar nos serviços.
Além disso, são contratados de forma precária, com contratos a termo, apesar de irem desempenhar funções permanentes, critica o sindicato, que exige vínculos permanentes.
O facto de se admitirem genericamente 2.000 "profissionais de saúde" significa que os enfermeiros serão menos do que os necessários.
Há uma "carência estrutural" de enfermeiros" que a passagem às 35 horas, reclamada pela classe, vem agravar e que o governo devia ter acautelado, considera o sindicato.
A deputada comunista Carla Cruz, que se juntou à cerca de duas dezenas de profissionais concentrados à porta do hospital de São José, afirmou que o governo teve "todas as condições" para fazer a transição para as 35 horas, uma questão de "justiça social".
De hoje até 01 de julho "é imperioso" que o governo autorize as contratações, mas de forma ágil, para que não se perca mais tempo, defendeu em declarações aos jornalistas.
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