“Os enfermeiros no Hospital Garcia de Orta estão todos em greve, o que significa que uns não estão a trabalhar e outros estão lá nos blocos operatórios para assegurar os serviços mínimos e todas as cirurgias urgentes que forem necessárias”, avançou à Lusa Carlos Ramalho, do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor).
O sindicalista referiu que as cirurgias programadas e não urgentes “possivelmente terão que ser adiadas”, não indicando quantas foram canceladas até ao momento, mas garantiu que existem equipas em serviços mínimos para dar resposta a todas as “situações de urgência, porque não se põe em risco a vida de nenhum ser humano”.
Carlos Ramalho não revelou a adesão à greve em outras unidades hospitalares, mas adiantou que no Hospital de Braga “36 cirurgias já foram adiadas para outro dia” e que os blocos operatórios do Hospital de São João, no Porto, “também só estão a funcionar com os mínimos”.
Em relação ao Centro Hospitalar de Tondela, Viseu, o sindicalista denunciou situações de pressão sobre os enfermeiros para a abertura dos blocos operatórios.
“No Centro Hospitalar de Tondela Viseu tem havido alguma coação sobre os enfermeiros, com ameaças para os obrigar a abrir todos os blocos operatórios e nós vamos agir em conformidade porque se contraria a lei da greve e dos princípios democráticos”, afirmou.
A greve dos enfermeiros em blocos operatórios de sete hospitais públicos arrancou hoje, estendendo-se até ao final de fevereiro, tendo sido convocada pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor).
A greve prevê abranger sete centros hospitalares: São João e Centro Hospitalar do Porto, Centro de Entre Douro e Vouga, Gaia/Espinho, Tondela/Viseu, Braga e Garcia de Orta.
No final da semana passada o Sindepor lançou um novo pré-aviso para alargar a greve a mais três centros hospitalares entre 08 e 28 de fevereiro: Centro Hospitalar de Coimbra, Centro Hospitalar Lisboa Norte e Centro Hospitalar de Setúbal.
Segundo os presidentes da ASPE e do Sindepor, os principais pontos que separam Governo e sindicatos são o descongelamento das progressões na carreira e o aumento do salário base dos enfermeiros.
Comentários