Segundo Manuela Paupério, a paralisação foi desconvocada após a ASJP ter verificado "grande abertura" dos grupos parlamentares para "discutir integralmente" o estatuto dos magistrados judiciais.
“A direção reuniu-se ontem [terça-feira] e estivemos a ponderar esta situação e concluímos pela desconvocação da greve. Entendemos que era melhor não a fazer nesta altura”, adiantou Manuela Paupério, comentando que, “às vezes, é mais corajoso recuar do que persistir”.
“É evidente que tínhamos razões para a greve, que continuam a ser válidas, mas perante esta abertura dos senhores deputados, que são quem tem competência para aprovar, vamos esperar efetivamente que honrem a palavra que nos deram de que o estatuto vai ser discutido por inteiro”, sustentou a presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses
Manuela Paupério espera que as pretensões de os juízes de terem “uma carreira que permita a progressão e que seja atrativa para os melhores” tenham “tradução no estatuto que vai ser aprovado”.
“Foi isto que nos foi dito pelos senhores deputados” e, em função disso, entendemos que a desconvocação da greve era “a decisão mais ajustada”.
A estrutura sindical esteve reunida na terça-feira com o grupo parlamentar do PS, tendo Manuela Paupério afirmado que observou "grande abertura" dos deputados para "discutir integralmente" o estatuto dos juízes
A ASJP tinha marcado uma greve para os dias 3 e 4 de outubro, em protesto contra o facto de o Governo se "mostrar intransigente" nas negociações para a revisão do estatuto dos magistrados judiciais, em particular no que toca à progressão profissional.
Quando anunciou a greve, a 8 de setembro passado, a ASJP referiu que, não obstante toda a abertura e sentido de responsabilidade demonstrados, "o Governo continua a desconsiderar os juízes com o seu ruidoso silêncio".
[Notícia atualizada às 11:00]
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