A diretora do agrupamento, Natércia Rodrigues, disse à agência Lusa que o efeito da greve “quase não afeta” as atividades escolares nas diferentes turmas, segundo um balanço atualizado cerca das 11:00.
“Da parte dos docentes, não tem havido grandes adesões” nos últimos anos, acrescentou, enquanto as greves nacionais dos outros trabalhadores suscitam geralmente “uma participação significativa” e as escolas do Agrupamento de Pedrógão Grande “costumam fechar”.
No entanto, uma greve de professores “numa altura de exames” chegou a registar “uma adesão de dois terços” dos docentes, disse.
Natércia Rodrigues confirmou que o número de crianças e jovens matriculados na instituição, que inclui o pré-escolar, tem vindo a decrescer ano após ano, acompanhando a tendência da perda de população deste município, no norte do distrito de Leiria, e da região.
“Este é o primeiro em que temos só uma turma do 5º ano”, depois de duas turmas no ano letivo passado, afirmou a diretora, natural da freguesia de Vila Facaia, concelho de Pedrógão Grande.
Os estabelecimentos de ensino que integram o agrupamento são atualmente frequentados por 265 alunos, dos diferentes níveis de escolaridade até ao 9º ano.
Segundo outra fonte da instituição, “o agrupamento, infelizmente, não tem parado de perder alunos”, perante as dificuldades de fixar novos habitantes e contrariar o envelhecimento da população na maioria dos concelhos serranos da região Centro.
Nos anos letivos de 2015/2016 e 2016/2017, o número de alunos do agrupamento baixou de 298 para 283, uma tendência que se agravou no presente ano escolar, com 265 alunos matriculados, depois do incêndio de 17 de junho, que devastou vários concelhos da zona, tendo causado pelo menos 65 mortos e mais de 200 feridos.
No início do século XXI, Pedrógão Grande deixou de ter turmas do 10º ao 12º ano, cujos estudantes acabam por ingressar na Escola Tecnológica e Profissional da Zona do Pinhal, na vila, ou têm de deslocar-se diariamente para municípios vizinhos, como Sertã e Figueiró dos Vinhos, nos distritos de Castelo Branco e Leiria, respetivamente.
Segundo dados reunidos até às 11:00 pelo Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), a greve nacional de professores e educadores regista níveis de adesão, no distrito de Leiria, na ordem dos 70%.
“Estamos a ter uma boa participação nesta luta”, disse à Lusa Ana Rita Carvalhais, coordenadora da direção distrital de Leiria do SPRC, filiado na Fenprof.
A adesão “é muito significativa” sobretudo nos estabelecimentos da educação pré-escolar e do 1º Ciclo do Ensino Básico, acrescentou a dirigente sindical.
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