Na capital do Algarve, quase todas as escolas dos primeiros ciclos foram obrigadas a fechar portas devido à paralisação dos professores e funcionários, situação que não foi tão evidente no ensino secundário, onde duas das três escolas do concelho estão abertas, embora com alguns alunos sem aulas.

O centro distrital de Segurança Social, em Faro, está a funcionar normalmente, havendo, às 10:00, menos de uma dezena de pessoas a aguardarem para ser atendidas, mas o Tribunal de Faro, apesar de estar de portas abertas, está a assegurar apenas os serviços mínimos, constatou a Lusa no local.

Já no extremo leste da região, em Vila Real de Santo António, o cenário era idêntico: alunos sem aulas, escolas e alguns edifícios municipais com portas encerradas e unidades de saúde abertas, mas com serviços administrativos fechados.

Na escola secundária de Vila Real de Santo António, e apesar de a porta de entrada estar aberta e serem visíveis funcionários à entrada, não houve aulas por falta de pessoal de apoio ou professores, disse à Lusa uma fonte do estabelecimento de ensino.

A Educação foi assim a área mais afetada pela greve na localidade algarvia, onde o tribunal de Vila Real de Santo António funcionou só com serviços mínimos.

Em Portimão, a greve da função pública levou ao encerramento de praticamente todas as escolas e as que se mantêm abertas estão sem atividade letiva.

Esta situação contrasta com outros serviços públicos, a funcionarem normalmente, entre os quais, o centro de saúde local, Instituto de Emprego e Formação Profissional, a Segurança Social e serviços autárquicos, conforme constatou a Lusa no local.

No hospital e no Centro de Saúde de Portimão, o movimento é o de um dia normal, sem que os utentes se manifestem prejudicados pela paralisação dos funcionários públicos.

Por seu turno, fonte da autarquia disse à Lusa, que a maioria dos serviços autárquicos “está a funcionar com normalidade, não estando a greve a prejudicar o atendimento da população”.

Em causa, na greve nacional, está a falta de respostas às reivindicações da Frente Comum, como o aumento dos salários na função pública, o descongelamento "imediato" das progressões na carreira e as 35 horas semanais para todos os trabalhadores.

A adesão à greve no segundo turno dos hospitais e nas escolas estava, às 10:00 de hoje, próxima dos 100%, segundo a coordenadora da Frente Comum de sindicatos da Função Pública, Ana Avoila.

Os professores também estão a cumprir uma greve, convocada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) em defesa dos direitos, das carreiras, da estabilidade e dos salários.

Em causa na greve nacional está a falta de respostas às reivindicações da Frente Comum, como o aumento dos salários na função pública, o descongelamento "imediato" das progressões na carreira e as 35 horas semanais para todos os trabalhadores.

Esta é a terceira greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública com o atual Governo e a primeira convocada pela Frente Comum de Sindicatos, segundo a listagem cedida pela estrutura sindical.

A primeira greve com o executivo de António Costa ocorreu em 29 de janeiro de 2016 e foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública, assim como a de 26 de maio deste ano, que teve como objetivo reivindicar aumentos salariais, o descongelamento das carreiras, o pagamento de horas extraordinárias e a redução do horário de trabalho para 35 horas em todos os serviços do Estado.