As três estruturas sindicais que convocaram a paralisação manifestaram à agência a sua convicção de que "esta vai ser uma grande greve nacional na administração pública, tendo em conta o descontentamento demonstrado pelos trabalhadores".
Os primeiros resultados do protesto deverão sentir-se ainda hoje nos hospitais, com a mudança de turno das 23:00, e nos serviços de saneamento das autarquias, onde a recolha de lixo começa a partir das 22:30.
Inicialmente a greve foi convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP) para pressionar o Governo a incluir no Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) a verba necessária para aumentar os trabalhadores da função pública, cujos salários estão congelados desde 2009.
Mas, após a última ronda negocial no Ministério das Finanças, no dia 12, a Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), ambos filiados na UGT, anunciaram que também iriam emitir pré-avisos de greve para o mesmo dia, tendo em conta a falta de propostas do Governo.
Para a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, "a expectativa relativamente à greve é cada vez maior, pois os trabalhadores estão cada vez mais determinados".
Ana Avoila considerou que os trabalhadores ficaram ainda mais mobilizados depois de conhecerem a proposta de OE2019 e perceberem que vão continuar sem aumentos.
O secretário-geral da FESAP, José Abraão, manifestou idêntica opinião e expectativa quanto à paralisação de hoje.
"Dos contactos que tivemos com os trabalhadores pudemos concluir que esta vai ser uma grande greve nacional na administração pública, com repercussões em todos os setores", disse à Lusa.
A presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), também confirmou que os seus associados estão empenhados em mostrar o seu descontentamento ao Governo.
Os sindicatos da função pública e os seus representados ficaram desiludidos com o anúncio, pelo ministro das Finanças, de que o OE2019 tem uma margem de 50 milhões de euros para o crescimento dos salários.
Embora defendam aumentos salariais diferentes, entre os 3% e os 4%, as três estruturas sindicais estão de acordo na maior parte das reivindicações, querem que o descongelamento de carreiras deixe de ser faseado, que o subsídio de refeição seja aumentado e a reposição de direitos, como os 25 dias úteis de férias.
A Frente Comum reivindica aumentos de 4% e um aumento mínimo de 60 euros, para quem ganhe até 1.500 euros.
A FESAP reivindica 3,5% de aumento e o STE reivindica 3%.
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