"A estimativa global, com os dados que dispomos, aponta para uma adesão de 75% à greve", disse a dirigente sindical Lídia Ferreira, sublinhando que esta percentagem deverá manter-se até ao final do dia, embora também diga que nos turnos da tarde costuma haver mais adesão.
A sindicalista indicou que os serviços de cirurgia de ambulatório, a reabilitação e várias especialidades no Hospital Central do Funchal registaram uma adesão de 100%, ao passo que nas Consultas Externas atingiu os 30%, havendo, no entanto, a previsão de subir para os 50% na parte da tarde.
"Num sistema democrático, tudo o que esteja acima de metade deve ser motivo de atenção, pois a maioria está a dizer que temos de fazer algo", disse Lídia Ferreira, vincando que os médicos "estão a ser permanentemente discriminados" de forma negativa.
Os números divulgados pelo SIM não incluem dados sobre a adesão à greve nos centros de saúde.
A Agência Lusa contactou o Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM), mas até ao momento não foi possível obter qualquer informação sobre a paralisação dos médicos, que não gerou ainda quaisquer protestos por parte dos utentes.
A greve, decretada pelo SIM e pela Federação Nacional de Médicos (FNAM), deve afetar consultas e cirurgias programadas, mas estão assegurados os serviços mínimos, como urgências, quimioterapia, radioterapia, transplante, diálise, imuno-hemoterapia ou cuidados paliativos em internamento.
Num comunicado divulgado pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), os sindicalistas consideram que o ministro da saúde "não foi sensível aos problemas" dos profissionais nem aos problemas do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os sindicatos pretendem uma redução das listas de utentes por médicos de família e uma redução de 18 para 12 horas semanais no serviço de urgência.
É ainda reclamada uma reformulação dos incentivos à fixação em zonas carenciadas, uma revisão da carreira médica e respetivas grelhas salariais e a diminuição da idade da reforma para os médicos, entre outras medidas.
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