A questão das migrações, as alterações climáticas e os problemas dos jovens no Mediterrâneo foram temas centrais da reunião de responsáveis de negócios estrangeiros do Grupo 5+5 (uma organização de cooperação do Mediterrâneo ocidental, lançado pela França em 1983, incluindo cinco países do sul da Europa: Espanha, França, Itália, Malta e Portugal; e cinco países do norte de África: Argélia, Líbia, Mauritânia, Marrocos, Tunísia), que ao fim de dois dias, terminou hoje em La Valleta, Malta.

“Uma das principais conclusões foi o acordo entre nós de colocarmos em prática o Pacto das Migrações, na sua componente mediterrânica, comprometendo-nos a efetivar os seus mecanismos de cooperação”, afirmou, em declarações à Lusa, Augusto Santos Silva, que representou Portugal neste encontro.

Do grupo dos dez países, apenas a Itália não subscreveu ainda o Pacto das Migrações, mas a vice-ministra dos Negócios estrangeiros italiana, Emanuela Del Re, partilhou das preocupações dos seus homólogos e todos se comprometeram em manter esforços de colaboração e de informação sobre matérias relacionados com os fluxos migratórios no Mediterrâneo.

O chefe da diplomacia de Malta, Carmelo Abela, afirmou mesmo que o problema da migração a partir de África deve ser encarado com delicadeza, devendo evitar-se “o discurso contra os imigrantes, como sendo uma ameaça ou uma fonte de medo”.

Com o estatuto de observadora, participou no encontro do Grupo 5+5 a representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Federica Mogherini, o que, para Augusto Santos Silva, é um sinal da relevância que a UE está a dar ao problema das migrações.

Mogherini afirmou que “o que acontece no Mediterrâneo afeta todo os países membros da UE”, tendo por isso pedido aos países do grupo maior cooperação para enfrentar os desafios e as ameaças que diariamente se colocam à região.

Para além da questão das alterações climáticas, que também esteve na agenda, o tema da juventude dominou o encontro em La Valleta, a que se juntaram dez ativistas jovens de cada um dos países integrantes do grupo.

“Este é um tema fundamental para este grupo, até pelas desigualdades demográficas, com os países do sul da Europa a debaterem-se com o envelhecimento da população e os países do norte de África com 2/3 de jovens na sua população”, referiu Augusto Santos Silva, para justificar o interesse que o tema suscitou no encontro de Malta.

Durante um almoço de trabalho, os responsáveis de assuntos exteriores do grupo debateram ainda a questão do terrorismo e do radicalismo, com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal a recordar os seus homólogos da existência do Centro Norte/Sul do Conselho da Europa, com sede em Lisboa, que pode ser ativado para melhor entender e combater estas ameaças.

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