“Os acionistas do Global Media Group S.A.(GMG), Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira, vêm reafirmar o incumprimento do World Opportunity Fund, Ltd, representado pelo Sr. José Paulo Fafe, quanto a obrigações basilares dos contratos”, refere o comunicado hoje emitido, apontando à falta de pagamento dos salários dos trabalhadores do grupo de media que detém títulos como o JN, DN, O Jogo e a TSF.

Considerando ser da “responsabilidade exclusiva” do World Opportunity Fund (WOF) e da gestão executiva por este indicada, liderada por José Paulo Fafe, a “insustentável situação” que os trabalhadores do GMG e que o próprio grupo atravessa atualmente, aquele grupo de acionistas e administradores afirma o seu veemente “repúdio” e considera “inaceitáveis” as “tentativas de pressão exercidas junto da Entidade Reguladora da Comunicação [ERC], tornadas públicas” esta quinta-feira.

Os subscritores do comunicado “repudiam também, a forma como a gestão da empresa parece estar a ser deliberadamente conduzida para levar a um oportunismo quanto a propostas do Fundo” — propostas essas que os acionistas consideram inaceitáveis -, tendo decidido “agendar” uma Assembleia Geral de Acionistas para apresentar uma solução para o GMG”.

Na quinta-feira o World Opportunity Fund, que controla a Global Media, transmitiu a sua indisponibilidade em transferir dinheiro para pagar os salários em atraso até uma decisão da ERC — Entidade Reguladora para a Comunicação Social e de um “alegado procedimento cautelar”, segundo disse em comunicado o presidente executivo (CEO) do GMG, José Paulo Fafe.

Além disso, acrescentou José Paulo Fafe, o fundo também lhe transmitiu a sua “indisponibilidade em efetuar qualquer transferência até que o alegado procedimento cautelar de arresto anunciado publicamente pelo empresário Marco Galinha seja retirado”.

Neste mesmo dia, o administrador executivo do Global Media Group Filipe Nascimento e o administrador Paulo Lima de Carvalho apresentaram a sua demissão.

Em 21 de setembro, o WOF adquiriu uma participação de 51% na empresa Páginas Civilizadas, proprietária direta da Global Media, ficando com 25,628% de participação social e dos direitos de voto na Global Media.