Os indivíduos foram detidos por suspeita dos crimes de homicídio, sequestro agravado, roubo, furto qualificado, branqueamento de capitais e associação criminosa.

“O móbil, habitual e normalmente, era o património, para se apropriarem de bens que as vítimas tinham”, disse em conferência de imprensa o diretor da PJ do Centro, Jorge Leitão.

“É dos grupos mais violentos detetados nos últimos tempos”, sublinhou.

De acordo com o responsável, o grupo, “sempre que necessário, usava a violência extrema para atingir os seus objetivos. Num dos casos em investigação, uma das vítimas acabou por falecer”.

A PJ relatou que, numa das ações violentas atribuídas a este grupo, ocorrida em finais de 2018, "foi torturado barbaramente um casal octogenário com a finalidade de os obrigar a entregar a chave de acesso a um cofre, provocando a morte da mulher e graves ferimentos no homem, que chegou a ser regado com combustível e incendiado".

O grupo selecionava as vítimas de forma criteriosa em toda a zona centro/norte do país, "sobretudo residências de comerciantes” que teriam “valores consideráveis em casa”, adiantou Jorge Leitão.

A investigação decorre desde 2017 e o processo não está fechado.

Durante as buscas, foram apreendidos ferramentas e equipamentos variados utilizados na concretização dos crimes, 10 armas de fogo e munições, oito veículos automóveis, alguns dos quais de alta cilindrada, uma moto de água e duas moto-quatro, mais de 400 mil euros em numerário das casas das vítimas, ouro no valor estimado superior a 42 mil euros e diversos artigos comprados com verbas provenientes do crime.

De acordo com as autoridades, trata-se de um “grupo bem organizado, violento, que estudava bem os alvos”, e ainda “meticuloso”, pois usava equipamento de vigilância, como, por exemplo, binóculos, rádios, telemóveis e até coletes.

Os detidos são dois homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre os 26 e os 46 anos, dois dos quais com antecedentes criminais ligados a roubos, furtos e detenção de armas de fogo proibidas.

Os homens foram detidos na autoestrada A13, próximo de Tomar, e as mulheres foram detidas posteriormente.

Os indivíduos já foram presentes às autoridades, que decidiram pela prisão preventiva dos dois homens, enquanto as mulheres ficaram sujeitas a apresentações bissemanais, à proibição de se ausentarem do concelho de residência e ao pagamento de uma caução de 20 mil euros cada.

A operação foi realizada em articulação com o Departamento de Investigação Criminal da Guarda da Polícia Judiciária e com a colaboração operacional e ao nível de partilha de informação com a GNR, nomeadamente com os Comandos Territoriais de Coimbra, Leiria, Santarém, Guarda, Viseu e o GIOE - Grupo de Intervenção de Operações Especiais.