A convocatória foi feita quinta-feira, em conferência de imprensa, pelo autoproclamado Presidente interino Juan Guaidó na sequência da detenção do seu número dois, o vice-presidente da Assembleia Nacional Edgar Zambrano.
Perante os jornalistas, Guaidó reiterou as críticas ao regime, que acusa de já não governar nem resolver problemas dos cidadãos, mas apenas "perseguir os deputados".
Falando aos jornalistas 17 horas depois da detenção do vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, na sede do partido Vontade Popular, em Caracas, rodeado de vários deputados da oposição, Juan Guaidó falou para todos os venezuelanos que vivem tempos muito difíceis, para concluir que "o governo de Maduro já não governa”.
“Se governasse, procurava resolver os problemas da falta de eletricidade, da falta de alimentos, de medicamentos, de transportes, mas não, só se preocupa em perseguir os deputados da Assembleia Nacional", acrescentou, referindo ser o parlamento o único órgão legitimamente eleito e reconhecido pela comunidade internacional.
Ao fim do dia de quarta-feira, funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (Sebin, serviços secretos) detiveram o vice-presidente do parlamento venezuelano, Edgar Zambrano, anunciou o próprio na sua conta da rede social Twitter.
No passado dia 03 de maio o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela acusou o vice-presidente do parlamento de vários crimes, como traição à pátria e conspiração, por ter apoiado uma tentativa de golpe de Estado contra o Presidente Nicolás Maduro.
Segundo o Supremo, o deputado opositor Edgar Zambrano é responsável pelos crimes de "traição à pátria, conspiração, incitação à revolta, rebelião civil, associação para cometer delito, usurpação de funções, incitamento público à desobediência das leis e ódio continuado".
Estes crimes estão previstos no Código Penal venezuelano e na Lei Contra Criminalidade Organizada e Financiamento do Terrorismo, explicou.
Na terça-feira, 30 de abril, Edgar Zambrano apareceu publicamente em Altamira (leste de Caracas), junto a Juan Guaidó, e o político opositor Leopoldo López, apelando à população para ir para as ruas com vista a depor o Presidente Nicolás Maduro.
Juan Guaidó, que se apresentou como Presidente interino em janeiro e teve na altura o apoio de mais de 50 países, desencadeou na madrugada do passado dia 30 de abril um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.
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