“Amanhã tenho um almoço marcado com o primeiro-ministro Costa e depois às quatro [estarei] com o professor Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa”, porque “chegou o momento para a Guiné-Bissau e Portugal estabelecerem uma cooperação ‘win win’”, afirmou Umaro Sissoco Embaló, em entrevista à Lusa, em Lisboa.
“Sempre disse que, se fosse eleito, Portugal seria a porta de entrada da Guiné-Bissau ao nível da União Europeia e do mundo”, referiu, prometendo uma ação recíproca por parte das autoridades guineenses.
“Temos de consertar cada vez que [os portugueses] vão para África ocidental e nós estaremos disponíveis para pôr as nossas pequenas relações ao dispor de Portugal e da diplomacia portuguesa, porque não?”, explicou.
“A partir do dia 20 de fevereiro haverá uma segunda república” na Guiné-Bissau que terá “relações privilegiadas” com Lisboa, disse, prometendo que irá realizar a Portugal a sua primeira visita de Estado ao exterior.
“A minha primeira visita de Estado será a Portugal”, disse o vencedor das eleições presidenciais de dezembro, de acordo com os resultados definitivos divulgados pela Comissão Nacional de Eleições, mas que estão ainda a ser contestados pelo seu adversário, Domingos Simões Pereira.
Sissoco Embaló elogiou também a postura do Governo português no processo eleitoral, salientando que as autoridades de Lisboa “nunca tentaram interferir”.
O gabinete do primeiro-ministro português confirmou que irá decorrer um encontro de caráter privado com Sissoco Embaló no domingo.
Por seu turno, a Presidência da República informou que, "se houver o encontro, será uma audiência de cortesia durante a tarde de amanhã [domingo] e não será aberto à comunicação social”.
Os resultados foram contestados por Domingos Simões Pereira, alegando várias irregularidades, e o Supremo Tribunal de Justiça apontou questões à Comissão Nacional de Eleições no sábado passado.
Na sexta-feira, a CNE publicou os resultados definitivos das eleições presidenciais, confirmando na segunda volta a vitória de Sissoco Embaló com 293.359 votos expressos, o que corresponde a 53,55 por cento dos votos.
Após a publicação dos resultados, o STJ divulgou uma aclaração do acórdão anterior, a pedido de Domingos Simões Pereira, exigindo à CNE que cumpra a lei eleitoral, processando-se às “operações do apuramento nacional" para “garantir a liberdade e sinceridade da formação da vontade eleitoral” do povo.
Para o PAIGC, este acórdão obriga a uma recontagem dos votos e não apenas à verificação das atas e exigiu à CNE o cumprimento dessa decisão.
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