O Presidente interino da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, renunciou hoje ao cargo, alegando que os interesses dos guineenses são superiores aos seus.
A renúncia foi feita na casa de Cipriano, em Bissau, numa declaração aos jornalistas.
Contudo, Cipriano Cassamá afirmou que vai voltar ao cargo de presidente do parlamento.
A Guiné-Bissau vive mais um momento de especial tensão política, depois de Umaro Sissoco Embaló se ter autoproclamado presidente e ter demitido na sexta-feira Aristides Gomes do cargo de primeiro-ministro, nomeando em seguida Nuno Nabian.
Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor da segunda volta das presidenciais da Guiné-Bissau pela Comissão Nacional de Eleições, tomou posse simbolicamente como Presidente guineense na quinta-feira, numa altura em que o Supremo Tribunal de Justiça ainda analisa um recurso de contencioso eleitoral interposto pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega a existência de graves irregularidades no processo.
Entretanto, em resposta, na sexta-feira, o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, tomou posse como Presidente da República interino, com base no artigo da Constituição que prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de vacatura na chefia do Estado.
Após estas decisões, registaram-se movimentações militares, com os militares a ocuparem várias instituições de Estado, incluindo a rádio e a televisão públicas, de onde os funcionários foram retirados e cujas emissões foram suspensas. Este sábado, a mando de Embaló, militares invadiram Parlamento, ministérios e a Câmara de Bissau.
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