“O secretário-geral exorta a República Popular Democrática da Coreia a retomar os esforços diplomáticos em direção à paz sustentável e à desnuclearização completa e verificável na Península Coreana”, disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.
“Qualquer lançamento usando tecnologia de mísseis balísticos seria contrário às resoluções relevantes do Conselho de Segurança”, concluiu.
Em causa está o anúncio feito na segunda-feira por Pyongyang, que indicou que vai lançar um satélite de reconhecimento militar em junho, para “enfrentar as perigosas ações militares dos Estados Unidos”.
O “satélite de reconhecimento militar n.º 1” será “lançado em junho” para “lidar com as perigosas ações militares dos Estados Unidos e dos seus vassalos”, referiu Ri Pyong Chol, vice-presidente da comissão militar central do partido, citado pela agência de notícias estatal KCNA.
O Japão já tinha sido informado pela Coreia do Norte sobre o próximo lançamento de um satélite, um projeto que o governo japonês considera que irá ocultar o lançamento de um míssil balístico.
De acordo com Tóquio, Pyongyang disse à Guarda Costeira japonesa que lançaria um foguete entre 31 de maio e 11 de junho e que este deveria pousar numa área próxima ao Mar Amarelo, Mar da China Oriental e leste da China, Ilha de Luzon, nas Filipinas.
A Coreia do Norte já testou mísseis balísticos em 2012 e depois em 2016, que qualificou como lançamentos de satélites e que sobrevoaram o departamento insular de Okinawa, no sul do Japão.
Em meados de maio o líder norte-coreano inspecionou o satélite de reconhecimento militar que o regime já tinha anunciado que iria lançar este ano, referindo que estava “pronto a ser instalado”.
Kim Jong-un visitou com a filha o comité criado na capital do país, Pyongyang, para o lançamento do aparelho, de acordo com imagens divulgadas em 17 de maio pela agência de notícias estatal KCNA.
As imagens divulgadas mostravam o satélite deliberadamente desfocado, colocado numa plataforma e ligado a cabos, enquanto Kim e a filha, de toucas, batas brancas e com umas capas a cobrir os sapatos para evitar a entrada de sujidade no recinto, recebem explicações de cientistas.
Têm surgido dúvidas quanto à capacidade deste satélite, com alguns analistas sul-coreanos a afirmarem que nas fotografias que vieram a público este parece demasiado pequeno e mal concebido para suportar imagens de alta resolução.
As fotografias que meios de comunicação norte-coreanos divulgaram de lançamentos de mísseis anteriores eram de baixa resolução.
Kim aprovou na altura “o futuro plano de ação do comité preparatório”, referindo que “o lançamento bem sucedido do satélite de reconhecimento militar é uma exigência urgente, dado o atual ambiente de segurança no país” e acrescentou que seria também “um claro passo em frente” no “campo da investigação espacial” para a Coreia do Norte, notou a agência.
O líder norte-coreano afirmou ainda na altura que, “à medida que os imperialistas norte-americanos e os bandidos fantoches sul-coreanos intensificam desesperadamente a campanha de confrontação com a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte], esta exercerá de forma mais digna e ofensiva a sua soberania e direito de autodefesa para os impedir resolutamente e defender o Estado”.
No final do ano passado, o regime norte-coreano lançou, a bordo de um projétil desconhecido, um dispositivo de teste que terá supostamente tirado fotos da capital sul-coreana, Seul, e da cidade portuária vizinha de Incheon, e afirmou que o objetivo era ter o satélite concluído até abril.
Recentemente, foram retomados os trabalhos de modernização da base de lançamento espacial de Sohae, no noroeste do país, embora os peritos considerem que ainda há muito trabalho a fazer antes de poder ser lançado um satélite a partir do local.
Alguns peritos, citados pela agência de notícias Efe, não excluem a possibilidade de o regime optar por lançar este satélite de reconhecimento a partir de uma plataforma móvel.
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