O secretário-geral da ONU está no Egito numa tentativa de desbloquear a ajuda humanitária que aguarda entrada na Faixa de Gaza para distribuir alimentos, água e medicamentos à população.
"É impossível estar aqui e não estar de coração partido. Estamos a assistir a um paradoxo", disse Guterres ao jornalistas em frente à fronteira (ainda fechada) entre Rafah e o sul da Faixa de Gaza.
"Atrás destas paredes, temos dois milhões de pessoas que estão a sofrer. Não há água, nem comida, nem remédios, nem combustível. Gaza precisa de tudo para sobreviver", declarou o secretário-geral.
Foi anunciado por Israel e EUA, e há um acordo com o Egito e Jordânia para que as fronteiras sejam abertas. Contudo, tal ainda não se verificou.
"Estamos ativamente envolvidos com todas as partes, a fim de esclarecer as restrições para que possamos ter os camiões em movimento para onde eles são mais precisos. Precisamos destes camiões a andar o mais depressa possível," disse Guterres a falar perante uma multidão de jornalistas, na passagem da fronteira egípcia perto de Rafah.
Do lado sul da Faixa de Gaza, as estradas foram destruídas pelos bombardeamentos israelitas o que poderá dificultar a circulação dos camiões.
"É absolutamente essencial resolver estes problemas rapidamente para que o suporte humanitário chegue ao povo de Gaza. Isto é uma operação num cenário de guerra e por isso é preciso um cessar-fogo humanitário", exortou o secretário-geral da ONU.
"Neste momento, o Egito é o pilar fundamental para a esperança deste povo e por isso agradeço às autoridades egípcias", agradeceu Guterres.
Enquanto o secretário-geral se dirigia aos jornalistas, do outro lado da Fronteira, era possível ouvir e escutar uma manifestação de palestinianos.
A fronteira de Rafah é a única ligação de Gaza ao Egito e é também a única entrada e saída na região que não liga a Palestina a território israelita.
Tornou-se um foco no conflito cada vez mais intenso entre Israel e o grupo militante palestiniano Hamas, à medida que centenas de milhares de palestinianos se dirigiam para o sul de Gaza depois de Israel os ter exortado a abandonarem a cidade de Gaza e a dirigirem-se para sul do enclave.
Esta sexta-feira, aguarda-se que o Egito permita que até 20 camiões de ajuda humanitária atravessem a fronteira.
*com AFP e agências
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