“É uma responsabilidade primária dos Estados proteger os seus cidadãos. O número de mortos é totalmente inaceitável. (…) O número de mortos é chocante e há um uso de força letal por entidades relacionadas com o Estado que não é aceitável “, disse Guterres na segunda-feira durante uma visita oficial à Costa Rica.

O secretário-geral da ONU fez as declarações numa conferência de imprensa após uma reunião com o Presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado, reunião em que a questão da Nicarágua foi abordada.

“É absolutamente essencial que a violência cesse, que o diálogo político seja revitalizado, porque só uma solução política é aceitável. A violência não vai permitir resolver” a crise, disse Guterres.

O secretário-geral disse que a ONU está disponível para trabalhar numa solução pacífica para resolver o conflito que se vive há três meses na Nicarágua, marcado por protestos contra o Governo de Daniel Ortega e que resultou em mais de 350 mortos, a maioria manifestantes, segundo números de organizações humanitárias na Nicarágua.

Por sua parte, o Presidente da Costa Rica defendeu que “o que acontece na Nicarágua exige uma reação da Organização das Nações Unidas para interromper a onda de violência generalizada”.

Os desaparecimentos, prisões arbitrárias, intimidação contra os manifestantes, ‘media’, estudantes, defensores dos direitos humanos e membros da Igreja Católica são atos inaceitáveis que devem terminar o mais rapidamente possível, acrescentou.

Alvarado destacou que a situação da Nicarágua é uma prioridade para a Costa Rica pelo impacto direto sobre a migração, em termos sociais e económicos, pelo facto de se tratar de um país vizinho.

O chefe de Estado condenou ainda a violência e afirmou que a solução para a crise passa pelo multilateralismo.

A Nicarágua está a viver a mais sangrenta crise sociopolítica desde os anos 1980, período em que Ortega também era Presidente.

Os protestos contra Daniel Ortega começaram a 18 de abril, com os manifestantes a exigirem a renúncia do Presidente, depois de 11 anos consecutivos no poder, com acusações de abuso de poder e corrupção.

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