“Hoje, discuti a investigação do trágico incidente num centro de detenção em Olenivka em 29 de julho. O que ali aconteceu é inaceitável. Todos os prisioneiros de guerra são protegidos pelo Direito Internacional Humanitário. O Comité Internacional da Cruz Vermelha deve ter acesso a eles onde quer que sejam mantidos. Decidi estabelecer uma missão de apuramento de factos”, anunciou Guterres, numa conferência de imprensa em Lviv, Ucrânia.

Ao lado do chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, e do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, Guterres indicou que é sua intenção nomear o general Carlos dos Santos Cruz, do Brasil, para liderar essa missão.

“O general Santos Cruz é um respeitado oficial com mais de 40 anos de experiência militar e em segurança pública nacional e internacional, inclusive como comandante de operações de paz da ONU”, detalhou António Guterres.

De acordo com o secretário-geral, os “termos de referência da missão foram compartilhados com a Ucrânia e com a Federação Russa, assim como a composição da equipa”.

Na manhã de 29 de julho, mais de 50 prisioneiros de guerra ucranianos foram mortos num centro de detenção em Olenivka, na região de Donetsk. Rússia e Ucrânia trocam acusações em relação à responsabilidade do ataque.

A Ucrânia pediu à ONU e ao Comité Internacional da Cruz Vermelha que enviem uma missão a Donetsk para investigar o ataque.

Autoridades norte-americanas acreditam ainda que a Rússia está a trabalhar para fabricar provas sobre esse ataque mortal.

“Continuaremos agora a trabalhar para obter as garantias necessárias de forma a garantir o acesso seguro a Olenivka e quaisquer outros locais relevantes. Simplificando, uma missão de apuramento de factos deverá apurar livremente os factos. A equipa deve ser capaz de recolher e analisar as informações necessárias”, disse hoje Guterres.

Nesse sentido, o líder da ONU pediu acesso seguro e irrestrito a “pessoas, lugares e provas”, sem qualquer interferência de nenhuma das partes.

Guterres chegou na quarta-feira à cidade ucraniana de Lviv para um encontro trilateral com Zelensky e Erdogan, após encontros bilaterais com ambos os chefes de Estado, sobre a exportação de cereais, mas também o estado geral do conflito, a necessidade de uma solução política e outras questões, como a situação na central nuclear de Zaporijia e as tentativas de envio de uma missão de especialistas internacionais para avaliá-la no terreno.

Depois de Lviv (oeste), Guterres seguirá para Odessa (sul), cujo porto está a ser utilizado para a exportação de cereais ucranianos através do acordo impulsionado pela própria ONU e pela Turquia.

Mais tarde, o chefe das Nações Unidas viajará para Istambul, na Turquia para visitar o Centro de Coordenação Conjunta que fiscaliza o cumprimento desse pacto.

A presidência ucraniana anunciou, em comunicado, que Guterres e Zelensky discutiram, no encontro bilateral entre ambos, a missão de averiguação da ONU a Olenivka e que o Presidente ucraniano propôs incluir no mandato da missão a questão do cumprimento, pela Rússia, dos acordos sobre a retirada dos combatentes ucranianos da fábrica Azovstal, em Mariupol (sul).

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