“Eles [Guterres e Assembleia Geral] estão a reunir-se esta tarde. Gostaria que pudéssemos fazer um anúncio oficial deste pódio [sala de imprensa da ONU], mas devido aos diferentes métodos pelos quais as nomeações são feitas, precisamos esperar pela ação da Assembleia Geral para oficializá-lo. Mas o secretário-geral, de facto, indicou à Assembleia Geral a sua intenção de nomear [Volker Türk ]”, disse o porta-voz, Stéphane Dujarric.

Ainda de acordo com o porta-voz, o austríaco não se encontra em Nova Iorque, pelo que não acompanhará a reunião entre António Guterres e a Assembleia Geral da ONU.

Volker Türk, atualmente secretário-geral adjunto das Nações Unidas, poderá assim ocupar o lugar deixado por Michelle Bachelet, que completou o seu mandato de quatro anos em 31 de agosto e a ONU ainda não anunciou oficialmente o seu substituto.

Türk, de 57 anos, trabalha para a ONU há mais de 30 anos e colaborou de perto com António Guterres quando este ocupou o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

De acordo com Dujarric, António Guterres manterá a posição de dar espaço e a independência ao substituto de Bachelet “para implementar plenamente o seu mandato”.

“Isso não mudará nem um pouco quando Volker Türk assumir oficialmente o cargo”, disse o porta-voz do secretário-geral.

Dujarric deu mais detalhes sobre a indicação do austríaco, afirmando que houve um processo de entrevistas para o cargo, em que “mais de uma dezena de pessoas foram entrevistadas”, numa “mistura de ‘insiders’ e ‘outsiders’ da ONU.

“Tivemos todo um conjunto de pessoas com experiências muito variadas, todos totalmente dedicados aos Direitos Humanos”, disse.

“Como parte do seu portfolio agora, Volker estava encarregado de implementar o apelo do Secretário-Geral à ação sobre Direitos Humanos, incluindo a Agenda Comum, que está enraizada nos Direitos Humanos. Acho que, se olharmos para a sua carreira no ACNUR, ele dedicou-se a defender os Direitos de homens, mulheres e crianças que procuravam proteção sob o Direito Internacional. Ele fez isso com muita força, incluindo processos em tribunais contra Estados-Membros em defesa dos direitos dos refugiados”, frisou Dujarric.

As organizações de Direitos Humanos Amnistia Internacional e ‘Human Rights Watch, as maiores do mundo, pediram que o próximo Alto Comissário para os Direitos Humanos ouse enfrentar os países mais poderosos no seu novo mandato.