“É preciso um apoio massivo, tanto na área da saúde, como na economia por parte dos países desenvolvidos e das instituições financeiras internacionais aos países em desenvolvimento”, disse António Guterres.
O secretário-geral das Nações Unidas falava hoje, em Nova Iorque, num ‘briefing’ online para fazer um ponto de situação da resposta aos seu apelo para um cessar-fogo global no contexto da luta contra a pandemia de covid-19.
“Alguns destes países em desenvolvimento mostraram uma notável capacidade de resposta”, acrescentou António Guterres, afirmando-se “bastante impressionado” com a rapidez com que a Nigéria montou um hospital.
“Vi muito mais dificuldades em países desenvolvidos para fazerem rapidamente o mesmo”, assinalou, sublinhando que “África é a principal preocupação de todos”.
“Há esforços nos países em desenvolvimento que devemos destacar porque representam uma determinação muito grande, mas os recursos disponíveis são, obviamente, insuficientes e os serviços de saúde estão subdimensionados para as necessidades de uma pandemia como esta”, considerou.
Por isso, reforçou, “um apoio massivo a estes países é absolutamente necessário”.
Questionado pela agência Lusa sobre se as medidas de prevenção adotadas por Portugal e outros países lusófonos, como Cabo Verde e Moçambique, numa fase relativamente inicial da pandemia será decisiva no combate à doença, António Guterres escusou-se a comentar “estratégias individuais de países”.
“O que é claro é que esta é uma pandemia que deve ser combatida desde o início, mesmo antes de entrar no país, e que aqueles países que implementaram mecanismos efetivos de testagem em massa, monitorização e quarentena, terão de fazer muito menos restrições de movimentos e de separação das pessoas”, disse.
“É absolutamente essencial agir cedo em vez de tarde”, rematou.
A pandemia afeta já 50 dos 55 países e territórios africanos, com mais de 7.000 infeções e 280 mortes, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC Africa).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
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