A iniciativa, hoje apresentada em plena na serra da Cabreira, junta a Câmara de Vieira do Minho, a Associação de Criadores de Equinos da Raça Garrana (ACERG), a Associação Para o Ordenamento da Serra da Cabreira (APOSC) e a REN — Redes Energéticas Nacionais.

O protocolo assinado entre estas entidades para este “projeto pioneiro” vai ter a duração de três anos, um orçamento de cerca de 100 mil euros e visa que os garranos se alimentem da vegetação junto das linhas de transporte de energia da REN, “limpando” essas zonas, o que vai diminuir o risco de incêndio.

“Como cada garrano come em média 20 a 25kg de alimento por dia, as 263 éguas e os 28 garanhões que vivem na serra da Cabreira irão fazer a limpeza diária de cerca de sete mil quilos de vegetação, reduzindo substancialmente o risco de incêndio florestal”, explica a REN, representada hoje por João Gaspar, responsável pela área de Redes Sustentáveis e Servidões da empresa.

O controlo natural da vegetação será acompanhado pelo trabalho de três brigadas de sapadores florestais da APOSC, que vão complementar a limpeza que não for executada pelos garranos dentro dos corredores da REN.

A iniciativa prevê que a REN – Redes Energéticas Nacionais fique responsável pela construção de uma vedação, em alguns troços específicos, o que vai impedir os garranos, em ocasiões de menor alimento no alto da serra da Cabreira, de chegarem facilmente à Estrada Nacional (EN) 103, diminuindo assim a possibilidade de acidentes rodoviários.

Nesta estrada, ao longo dos anos, tem havido acidentes, alguns mortais, entre cavalos e automobilistas.

Para o secretário técnico da raça Garrano da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), José Leite, que praticamente “nasceu” no meio dos garranos, esta iniciativa visa também preservar uma espécie em extinção.

Segundo o também veterinário, há cerca de meio século havia 60 mil exemplares e hoje existem apenas 1.500 cavalos de raça garrana, que é preciso proteger e preservar, acrescentando que vai ser construída uma vedação com cerca de 25 quilómetros de extensão.

Para o presidente do município de Vieira do Minho, António Cardoso, este projeto “inovador” tem a vantagem de ajudar a prevenir os incêndios florestais, ao mesmo tempo que potencia a preservação de uma espécie em extinção e evita que não ocorram mais acidentes junto da EN 103.

O autarca espera, daqui a três anos, renovar o protocolo e desafiou outros municípios a seguirem o exemplo de Vieira do Minho e a apostar neste tipo de parcerias.

João Gaspar, responsável pela área de Redes Sustentáveis e Servidões da REN, lembra que é da responsabilidade da empresa a limpeza das zonas atravessadas pelas linhas de transporte de energia, acrescentando que este tipo de parcerias “pioneiras” é também importante para a comunidade local.

“Todos os anos limpamos milhares de hectares em todo o país em redor das nossas infraestruturas, criando possibilidades de combate para os bombeiros e equipas de proteção civil. Poder juntar essa vertente da prevenção ao apoio à conservação da raça garrana é algo de que a REN se orgulha”, destacou este responsável da REN.

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