Empunhando cartazes em que se pode ler “Basta de viajar como sardinha em lata”, “Mais investimento” ou “Chega de atrasos”, os utentes da Linha de Sintra exigem a melhoria do serviço público ferroviário.
Vasco Ramos, da Comissão de Utentes da Linha de Sintra, explicou à Lusa que nos últimos anos o serviço ferroviário se degradou “de forma significativa”.
“Há comboios suprimidos, atrasos diários, falta de higiene, desconforto e, nos últimos meses, a situação agravou-se com a chegada do passe Navegante, que veio trazer mais utentes para a linha, mas os comboios são os mesmos”, afirmou.
No entendimento de Vasco Ramos, os problemas da CP – Comboios de Portugal, da Refer – Rede Ferroviária Nacional e da Linha de Sintra são o resultado de duas décadas de falta de investimento em comboios e na infraestrutura, por parte dos sucessivos governos.
“Todos os dias somos confrontados com atrasos e supressões. Viajamos tipo sardinha em lata. Houve também um aumento significativo de utentes desde a introdução do Passe Navegante, mas a verdade é que o número de comboios é o mesmo”, sublinhou.
Vasco Ramos destacou que a Linha de Sintra (que liga Lisboa a Sintra, passando pela Amadora) precisa urgentemente de um aumento de comboios, sobretudo durante as horas de ponta.
“Precisamos de investimentos em novos comboios, de renovar estações e apostar num maior conforto e higiene. Esta estação [da Amadora] até nem é das piores, mas temos algumas em que chove lá dentro, outras estão muito degradadas e não estão aptas a servir as pessoas no século XXI, como a de Algueirão-Mem Martins, e outras são verdadeiras relíquias”, contou.
Vasco Ramos adiantou à Lusa que a comissão de utentes teve audiências nos últimos dois meses com todos os grupos parlamentares, nas quais apresentou os seus problemas e reivindicações. Foi pedido às forças políticas que o assunto fosse tido em conta para o Orçamento do Estado.
“Tivemos também audiências nas câmaras municipais da Amadora e Sintra e com o Governo na semana passada, mas até agora não há respostas. O que nos dizem é que vão ver, mas depois não concretizam”, disse.
Cerca das 09:00, a comissão de utentes estava na estação da Amadora a distribuir um manifesto para chamar a atenção para os problemas da Linha de Sintra.
Desde 01 de abril de 2019 que a Área Metropolitana de Lisboa tem um passe único metropolitano que abrange os 18 concelhos, por 40 euros, além de novos passes municipais que custam 30 euros.
Em novembro, a Câmara de Sintra anunciou que ia pedir ao Governo e à CP o plano de investimentos para o reforço de meios humanos e de material circulante na Linha de Sintra, devido à “degradação do serviço”, que prejudica diariamente milhares de utentes.
(Notícia atualizada às 09h54)
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