Na Póvoa de Varzim (distrito do Porto), após visitar a feira da Estela, convidada a comentar o pedido o veto do partido Chega à lei que vai ser discutida no Parlamento sobre a eutanásia, Catarina Martins lembrou que este é um tema “muito importante” para o BE e mencionou o empenho do antigo coordenador João Semedo nesta lei.
“Esta questão é debatida há mais de 20 anos em Portugal. No Parlamento já vamos na terceira legislatura de debate. Ouviu-se toda a gente, estamos a fazer uma lei muito cuidadosa, bebe as melhores práticas internacionais e rejeita os perigos que internacionalmente foram vistos. Temos a melhor das leis e temos uma maioria no Parlamento para ultrapassar um veto”, disse a líder dos bloquistas.
Catarina Martins disse que “não há nenhuma razão para que não haja uma lei [sobre a eutanásia]” e, frisou, “sobretudo não há nenhuma razão para que em Portugal não tenhamos uma lei com esse respeito pelas pessoas que no fim da vida estão em grande sofrimento”.
“Para nós é uma lei muito importante, uma lei que tem a ver com o respeito pela vida as pessoas até ao final. Uma lei que tem a ver com a empatia, com o respeitar o sofrimento uns dos outros e respeitar a escolha que cada pessoa possa ter. Trabalhamos muito por ela. O João Semedo foi um dos seus proponentes e estou certa que vamos ter a lei João Semedo finalmente”, referiu.
Na quinta-feira, o líder do Chega criticou a forma “apressada e atabalhoada” como está a decorrer o processo parlamentar da eutanásia, defendendo o veto político de uma lei que considera quase impossível que “não venha a ser declarada inconstitucional”.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, concedeu uma audiência pedida por André Ventura a propósito do processo da eutanásia e o líder do Chega referiu aos jornalistas no fim do encontro que o objetivo foi “dar nota à Presidência da República da forma como está a decorrer o processo parlamentar”.
Na anterior legislatura, a despenalização em certas condições da morte medicamente assistida, alterando o Código Penal, reuniu maioria alargada no parlamento, mas foi alvo de dois vetos do Presidente da República: uma primeira vez após o chumbo do Tribunal Constitucional, na sequência de um pedido de fiscalização de Marcelo Rebelo de Sousa, e na segunda vez o Presidente rejeitou o diploma através de um veto político.
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