
“Ontem eu vi entrar na campanha o meu maior apoio. O doutor Ventura foi declarar em Braga que queria evitar que eu ficasse no parlamento. E que o Chega perceba que a eleição de um deputado ou dois do Bloco de Esquerda vai tirar lugares ao Chega e ao ódio da extrema-direita é um orgulho, é uma demonstração de que tem sentido a campanha que temos feito”, afirmou Francisco Louçã.
Na quinta-feira, o líder do Chega, André Ventura, num jantar-comício em Guimarães, criticou as escolhas do BE e da IL para cabeças de lista naquele distrito, ironizando que fizeram uma “aposta nos jovens”.
“Nós devíamos dar um sinal a dois partidos nestas eleições, partidos que prometeram rejuvenescer, mas foram buscar o mesmo baú de sempre. O Bloco de Esquerda foi buscar o Louçã, e a Iniciativa Liberal foi buscar o Rui Rocha, esse grande valor jovem e seguro”, criticou Ventura.
O histórico fundador bloquista salientou que o partido de André Ventura “tem sondagens” próprias “e escolheu ir a Braga dizer” que não o quer no parlamento, algo que o economista classificou como “curioso”.
Louçã considerou necessário retirar deputados da AD — coligação PSD/CDS-PP em Braga, distrito no qual o partido não elege desde 2019, altura em que conquistou dois deputados por este círculo, José Maria Barbosa Cardoso e Maria Alexandra Nogueira Vieira.
“E vai-me dar muito gosto de consegui-lo”, afirmou.
Interrogado sobre se considera injusto que o BE o tenha ido “buscar à reforma”, uma vez que propõe reforma antecipada para quem trabalha por turnos, Louçã respondeu num tom bem-humorado, dizendo que não está reformado, apenas deixou de ser eleito.
“Eu estou na luta política, sempre continuei, eu sou incansável. E acho que um dos grandes orgulhos da minha vida foi haver mulheres valentes, como a Catarina Martins ou como a Mariana Mortágua, que lideram o BE”, elogiou.
Mais de uma década depois, Francisco Louçã (Braga), Fernando Rosas (Leiria) e Luís Fazenda (Aveiro) voltam a integrar listas do BE ao parlamento.
Os bloquistas apostam assim em três círculos nos quais elegeram pela primeira vez nas legislativas de 2009 e que entretanto perderam.
Francisco Louçã, Luís Fazenda, Miguel Portas e Fernando Rosas foram os rostos mais visíveis da formação do BE, que nasceu em grande parte pela união de três forças políticas, já extintas: o Partido Socialista Revolucionário (PSR), a União Democrática Popular (UDP) e a Política XXI.
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