
Este caso, que será analisado ao longo de dois dias, coloca o duque de Sussex contra o Ministério do Interior britânico, que já obteve decisão favorável duas vezes sobre o tema.
Harry chegou ao tribunal pouco antes das 10h00 para uma audiência parcialmente a portas fechadas para proteger informações de segurança "altamente confidenciais".
O príncipe de 40 anos cumprimentou os jornalistas que o aguardavam. Com um caderno e uma caneta nas mãos, sentou-se atrás dos seus advogados num tribunal lotado.
Harry e a sua esposa Meghan, que se mudaram para os Estados Unidos após se desligarem da família real em 2020, perderam a proteção policial de rotina às custas do contribuinte britânico, já que o Ministério do Interior optou pela proteção caso a caso.
O Supremo Tribunal de Londres apoiou o ministério em fevereiro de 2024, concluindo que a decisão não constituiu uma "injustiça" e que a estratégia policial era "legalmente sólida".
Esta terça-feira, o primeiro dia de audiências, a advogada do príncipe, Shaheed Fatima, afirmou que o seu cliente "não aceita que uma medida de segurança feita sob medida seja considerada melhor".
"Não que ele deva receber o mesmo nível de proteção que recebia quando era membro ativo da família real, mas sim estar sujeito ao mesmo processo que qualquer outra pessoa considerada digna de proteção", acrescentou.
Em abril de 2024, um juiz indeferiu o pedido anterior e o condenou ao pagamento de quase todos os honorários advocatícios do ministério, segundo o jornal The Times.
Um caminho de batalhas judiciais
O príncipe Harry tentou inicialmente obter proteção policial oferecendo-se para pagar os custos com os seus fundos pessoais, mas essa opção foi negada pelos tribunais britânicos em maio de 2023.
Ao mesmo tempo, o duque de Sussex iniciou diversas batalhas judiciais contra os poderosos tabloides britânicos, com quem mantém relações tensas. Em janeiro, chegou a um acordo financeiro com o proprietário do The Sun.
O príncipe Harry, afastado da família real desde suas revelações explosivas sobre a monarquia e a publicação da sua autobiografia em 2023, viaja ocasionalmente até ao Reino Unido, especialmente para as suas atividades de caridade.
A audiência no tribunal ocorre poucos dias após um grande golpe para o filho mais novo do rei, que renunciou no final de março ao cargo de patrono da ONG Sentebale, fundada em 2006 no Lesoto para ajudar órfãos de vítimas da SIDA.
O regulador britânico de instituições de caridade iniciou uma investigação sobre o caso, o que Harry considerou um "alívio", denunciando as "mentiras" da atual presidente, Sophie Chandauka.
Desmentida pelos administradores da ONG, a advogada de 47 anos acusou o príncipe de "assédio e intimidação".
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