O Vale de Bekaa é um importante reduto do movimento armado no leste do Líbano que nunca foi atacado durante os atuais combates que opõem Israel ao Hamas desde 7 de outubro de 2023 e que se estenderam, no dia seguinte, a confrontos constantes com o Hezbollah no sul do Líbano.
“Em resposta à agressão sionista nas proximidades da cidade de Baalbek, em Bekaa (…) os ‘mujahedin’ da Resistência Islâmica atacaram o quartel-general da Divisão de Golã, em Nafah, com 60 ‘rockets’ (foguetes)’Katyusha'”, declarou o Hezbollah em comunicado.
Os aviões israelitas bombardearam hoje de manhã dois pontos diferentes a poucos quilómetros da estância turística de Baalbek, no seu primeiro ataque à região desde o início das hostilidades entre as duas partes, há mais de quatro meses.
Uma fonte próxima do Hezbollah confirmou à agência noticiosa espanhola EFE que pelo menos duas pessoas morreram na sequência da ação aérea, enquanto o grupo anunciou, mais tarde, em comunicados separados, que dois dos seus membros destacados no Vale de Bekaa tinham sido mortos, sem dar mais pormenores.
Segundo a versão israelita, os caças atacaram as bases de defesa aérea do Hezbollah em resposta ao anterior lançamento de um míssil terra-ar contra um ‘drone’ (aeronave não tripulada) das forças israelitas que sobrevoava o sul do Líbano.
Entretanto, a Defesa Civil libanesa informou na rede social X (antigo Twitter) que os ataques israelitas em Bekaa provocaram incêndios numa casa de dois andares e num barracão.
No meio de um dia intenso de fogo cruzado, a organização libanesa de salvamento disse também que um veículo foi atingido por outro bombardeamento israelita na zona de Majadel, no sul do país, onde os meios de comunicação social locais noticiaram a morte de pelo menos duas outras pessoas.
Desde outubro passado, o Hezbollah e Israel têm estado envolvidos nos piores confrontos desde a guerra do verão de 2006.
Mohamad Raad, líder do bloco parlamentar Lealdade à Resistência — liderado pelo Hezbollah – afirmou que “o inimigo sentirá um sabor amargo se cometer um erro nos seus cálculos sobre o Líbano”, segundo noticiou a televisão Al Manar, ligada ao grupo.
“Nos nossos confrontos com o inimigo israelita na frente do Líbano consideramos que existe um confronto preciso” para “impedir a materialização dos objetivos do inimigo” enquanto Israel procura “expandir o círculo das batalhas”, acrescentou.
Raad indicou ainda que os norte-americanos “estão a tentar convencer Israel” a acabar com a “agressão” contra Gaza, porque os Estados Unidos vão “entrar em coma devido à sua preocupação com as eleições [presidenciais] marcadas para novembro”.
O Exército israelita e o Hezbollah, apoiado pelo Irão, confrontam-se diariamente na fronteira desde 8 de outubro, um dia depois dos ataques dos islamitas palestinianos do Hamas no sul do território de Israel.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por estes ataques sem precedentes, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já causou quase 30.000 mortos, de acordo o Hamas, que controla o território desde 2007.
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