"Hoje na Catalunha há presos políticos não exclusivamente catalães e essa listagem inclui pessoas que têm sido condenadas por letras de canções, pelo que dizem nas redes sociais, por manifestações por causa da presença e ação da polícia e tudo isto tem sido descrito como crime de ódio. Como se o manifestante que contesta a repressão policial na Catalunha, dessa forma manifestasse ódio em concreto por polícias ou guardas civis", disse Manuel Loff.

O historiador e professor na Universidade do Porto - que é um dos primeiros signatários de um manifesto que juntou várias personalidades portuguesas, incluindo políticos de vários quadrantes políticos e que pede "uma solução política negociada" para a Catalunha - defendeu que "Portugal, o Estado português e a sociedade portuguesa em todas as instâncias devem tomar posição".

"A forma como se tem criminalizado, no sentido penal do termo, a expressão de opinião e o direito à manifestação transformando-se em puro terrorismo é inaceitável e deve acender todas as lanternas vermelhas", disse à agência Lusa Manuel Loff já à margem de uma sessão que esta tarde juntou na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto cerca de três dezenas de pessoas que manifestaram, como descreveu a organização, "solidariedade com a Catalunha".

A iniciativa foi do grupo Cidadã pela Democracia na Catalunha e nela também participaram a ex-eurodeputada pelo Bloco de Esquerda, Alda Sousa, bem como Jaume Camps da Candidatura de Unidade Popular (CUP).

Também Alda Sousa convergiu na ideia de que "o Governo português tem de tomar posição", afirmando que "se está a assobiar para o ar" e criticando o que diz ser "uma cumplicidade com o Governo espanhol".

Já Jaume Camps centrou a sua intervenção na ideia de que "toda a Europa está a ser inoperante": "Não fizeram nada e não se prevê que seja feito algo a curto ou médio prazo", disse.