Mais de 3.000 objetos religiosos de todos os tipos - cruzes, estátuas, ícones, terços e velas - foram encontrados nas suas casas em Bagneux, a sul da capital, durante uma operação policial realizada na semana passada. "Na casa do octogenário, as casas-de-banho estavam lotadas com crucifixos, não havia sequer um centímetro quadrado livre", disse à AFP um dos padres vítima do casal de saqueadores, Ludovic Serre, que oficia em Chaville (oeste de Paris) e que conseguiu recuperar alguns dos objetos roubados.

O padre notou o desaparecimento regular de objetos da sua igreja de Nossa Senhora de Lourdes a partir de novembro. "Assim que eu punha uma cruz no altar por baixo do confessionário, ela desaparecia". E depois veio o roubo do presépio, em dezembro: "Aí já foi demais, disse a mim mesmo 'basta!', e apresentei queixa".

A polícia revelou então que outros edifícios religiosos nas proximidades tinha sido alvo de crimes semelhantes durante várias semanas, totalizando um prejuízo estimado em 10.000 euros. O padre de Chaville, graças a um sistema de vigilância, descobriu que os ladrões agiam segundo um ritual preciso: "a cada 4-5 semanas, no domingo, entre as 16h00 e as 16h300".

"Eu disse à polícia que, de acordo com os meus cálculos, eles deviam voltar a 21 de fevereiro. E eles vieram! Meia hora mais cedo!", relatou Ludovic. Os investigadores seguiram os dois suspeitos até às suas casas, onde foram interrogados antes de serem colocados sob custódia. "A polícia esperava um jovem... mas ele tem 80 anos, é um revolucionário que acredita que a propriedade da igreja deve ser tomada! E ela, uma mulher de 60 anos, que tinha acabado de ser batizada", descreveu o padre.