Aditya Singh viveu três meses numa área restrita do aeroporto internacional de Chicago porque tinha demasiado medo do novo coronavírus para regressar a Los Angeles, segundo conta o Chicago Tribune.

Os procuradores referem que, segundo a polícia, o homem chegou, num voo de Los Angeles, ao aeroporto internacional de O'Hare no dia 19 de outubro e quase três meses mais tarde, no passado sábado à tarde, Singh foi abordado por dois funcionários da United Airlines que pediram para ver a sua identificação. Singh terá alegadamente mostrado um cartão de identificação de um gestor de operações aeroportuárias, cuja identificação tinha sido dada como perdida a 26 de outubro.

Depois de encontrar Singh, os empregados da United Airlines ligaram para as autoridades e a polícia levou-o sob custódia no sábado de manhã.

Segundo contou às autoridades, tinha medo “de voltar para causa devido à covid” e nos últimos três meses esteve a viver naquela zona do aeroporto e sobreviveu com ajuda de passageiros que lhe davam comida.

Sem antecedentes criminais, Singh tem um mestrado em hotelaria, está desempregado e tem uma morada partilhada em Orange, Los Angeles.

"Está a dizer-me que um indivíduo não autorizado, não funcionário, estava alegadamente a viver numa área segura do terminal do aeroporto de O'Hare de 10 de outubro de 2020 a 16 de janeiro de 2021, e não foi detetado? Quero compreendê-lo corretamente", referiu a juíza do Condado de Cook, Susana Ortiz, que terá ficado surpresa com a situação.

"O tribunal considera estes factos e circunstâncias bastante chocantes para o alegado período de tempo em que isto ocorreu", disse Ortiz.

A fiança de Singh foi fixada em mil dólares, com a condição de estar impedido de entrar no aeroporto, e deverá regressar a tribunal no próximo dia 27 de janeiro acusado de crime de invasão de área restrita e de roubo.

O Departamento de Aviação de Chicago (CDA) disse numa declaração que o “enquanto o incidente permanece sob investigação, pudemos determinar que este senhor não representava um risco de segurança para o aeroporto ou para o público viajante. Continuaremos a trabalhar com os nossos parceiros de aplicação da lei numa investigação minuciosa deste assunto".