"Ao todo temos sete pessoas [autorizadas] e, para além disso, temos a expetativa de virmos a ter dois ou três lugares ou mais que serão preenchidos” com o novo concurso que “deverá sair até ao final da semana”, disse Ana Escoval aos jornalistas à porta do Hospital D. Estefânia.

Segundo a responsável, já há “autorização para três médicos em mobilidade”, um processo que já estava a decorrer para suprir as saídas de profissionais, dos que chegam à reforma ou os que já não têm idade para fazer urgências.

De acordo com Ana Escoval no último concurso foram contratados três especialistas para a unidade hospitalar, e agora, com a abertura de novo concurso e, apesar de ainda não serem conhecidos os números, a responsável acredita que irá ter “mais dois ou três médicos”, que possam contemplar as vagas que ficaram vazias com os dois médicos pediatras que saíram deste ano.

“Conseguimos mais três mobilidades, duas pessoas que estavam em outros hospitais e cujo pedido foi aceite, e um terceiro que estava no Porto e irá regressar. Foi autorizado mais o contrato de uma pessoa que estava num hospital privado e que virá para cá. Ao todo temos sete pessoas. Para além disso a expetativa de virmos a ter dois ou três lugares ou mais que serão preenchidos”, frisou Ana Escoval.

Segundo a responsável que hoje recebeu em reunião, juntamente com os chefes de equipa de urgência demissionários do hospital D. Estefânia, a líder do CDS-PP Assunção Cristas, aquilo que os médicos pretendem “é ter o número de pessoas suficientes para fazer bem, com qualidade e segurança, o seu trabalho”.

Os chefes de equipa de urgência do hospital D. Estefânia, em Lisboa, apresentaram na quarta-feira passada a sua demissão à administração, considerando que houve “quebra do compromisso” feito pela instituição de contratar mais médicos.

O anúncio refere que os médicos consideram que a situação “é insustentável”. A demissão foi apresentada, a 12 de dezembro, apesar do pedido de demissão, por todos os chefes de equipa e coordenadores daquele serviço, num total de 10, ter sido apresentado à administração hospitalar em outubro.

No final da reunião, Assunção Cristas considerou que o hospital D. Estefânia vive atualmente “uma grande carência de recursos humanos e investimento”, que atingiu agora o “seu momento mais agudo”, já que não é uma questão nova.

“No curtíssimo prazo é preciso reforçar estas equipas, que continuam a trabalhar dando tudo o que podem, mas com um nível de grande cansaço e grande preocupação com todo o trabalho que têm de fazer”, frisou a líder do CDS-PP, lembrando que os médicos têm vindo a desenvolver o seu trabalho “com equipas curtas na sua constituição”.

A 12 de dezembro, a ministra da Saúde, Marta Temido, ouvida no Parlamento disse que iria acompanhar a situação dos pedidos de demissões de responsáveis clínicos no hospital Dona Estefânia, em Lisboa, mas sem adiantar pormenores.

Assumindo que o Hospital pediátrico D. Estefânia é “uma das joias da coroa” e não pode ser desfalcado, lembrou que “não abundam pediatras no país” e que a unidade já conta com 80 destes profissionais.