Algumas corporações de bombeiros denunciaram hoje que as macas retidas no Hospital de Santo André (HSA) estão a deixar dezenas de ambulâncias inoperativas, sem possibilidade de fazerem socorro.
"Estamos completamente inoperacionais. Das cinco ambulâncias de socorro, não temos nenhuma disponível por falta de macas. Neste momento, não tenho resposta para uma emergência que possa acontecer", revelou o comandante dos Bombeiros Voluntários da Maceira, Luís Ferreira.
Em resposta escrita à Lusa, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Leiria adiantou que "o Serviço de Urgência Geral do HSA tem registado elevadíssima procura, muito acima da capacidade instalada".
"Atendendo à procura registada, o hospital já acionou o seu Plano de Contingência, utilizando as camas disponíveis, cancelando a atividade programada e reforçando as equipas", revelou o Conselho de Administração.
Segundo a mesma fonte, os "casos não urgentes (classificados como verdes e azuis) continuam a representar cerca de metade dos atendimentos, situações que poderiam e deveriam ter sido resolvidas sem o recurso às urgências hospitalares”.
“Mas recebemos igualmente muitos casos de doença aguda a que temos, naturalmente de dar resposta, 24 horas por dia, sete dias por semana".
Os responsáveis lembram que o "Serviço de Urgência é o último acesso na rede de cuidados e, por isso, é forçado a dar resposta a todos os que o procuram e não têm resposta noutros locais".
Garantindo que estão a "fazer os possíveis para dar resposta a todas as situações", o Conselho de Administração espera que "dentro de algumas horas a situação possa normalizar".
Não obstante, o Conselho de Administração apela à "colaboração de todos os intervenientes na rede de cuidados, e também dos utentes, para que as urgências hospitalares sejam usadas de forma correta".
"Recordamos que, em caso de doença, o primeiro contacto deverá ser para a Linha SNS 24 (808 24 24 24), que disponibiliza aconselhamento e encaminhamento em situação de doença e dúvidas com medicação”.
Os Bombeiros Voluntários de Leiria também têm macas 14 horas retidas nas Urgências: "Como não têm macas para os doentes, ficam com as nossas. As ambulâncias ficam inoperacionais por falta de material", afirmou o comandante Luís Lopes, revelando que na sua corporação ficaram com seis veículos fora de serviço.
Com duas macas de reserva, os Bombeiros Voluntários da Marinha Grande têm tentado gerir com recurso a este material.
"Por vezes, permite deixar lá uma maca e substituí-la pela suplente. Mas isso só sucede quando há material compatível e nem todas [macas] o são", disse o comandante Vítor Graça.
Mas, quando não é possível, os bombeiros são obrigados a declarar a ambulância inoperativa.
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