A Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) fez hoje um balanço do ano de 2017, do período já conhecido, e em específico do que se passou nos meses mais fortes, de julho, agosto e setembro.
Segundo o AHP Tourism Monitor, nesses três meses, melhorou a taxa de ocupação face a 2016, fixando-se em 86% (mais 0,9 pontos percentuais), enquanto o preço por quarto foi de 107 euros (mais 11% do que nos mesmos três meses do ano anterior), com uma rentabilidade (receita por quarto disponível) de 93 euros (mais 12% face a 2016).
Contudo, a estada media (número de dias que o hóspede permanece no hotel) diminuiu ligeiramente, 1% para 2,04 dias.
De todas as regiões do país, apenas em Lisboa a estada média melhorou, ao passar de 1,48 dias para 1,51 dias.
A AHP divulgou ainda os dados do inquérito feito a associados, para avaliar o desempenho dos seus empreendimentos até setembro, concluindo que 74% dos inquiridos considera que a taxa de ocupação foi melhor do que estava à espera e também o preço médio por quarto vendido foi melhor para 82% dos inquiridos.
Já quanto à estada média, 47% considerou que foi idêntica ao verificado em 2016, acima dos 45% que disseram que foi melhor. A maior parte dos turistas fica entre uma e três noites.
Cristina Siza Vieira, presidente executiva da AHP, considerou hoje em conferência de imprensa, em Lisboa, que a estada média é “o indicador mais frágil” nesta análise, defendendo a realização de eventos que façam aumentar o tempo de permanência dos turistas.
Quanto aos melhores meses para os hoteleiros, esses coincidem com o verão, sendo os mais fortes agosto e setembro.
Já os piores três meses são janeiro, fevereiro e dezembro. Contudo, disse Cristina Siza Vieira, dezembro tem sido um mês cada vez melhor para a hotelaria, tendo em conta as viagens para passar o Natal e a Passagem de Ano.
Aliás, afirmou, nas grandes cidades como Lisboa e Porto já é cada vez mais difícil falar-se em época baixa de turismo.
Quanto aos principais mercados emissores, em Lisboa são franceses, seguidos dos próprios portugueses e dos espanhóis.
Já no Norte (sobretudo Porto) a maior parte são portugueses, vindo em seguida espanhóis e franceses.
Também nos Açores, no Alentejo e no Centro se destacam os turistas portugueses.
Contudo, nos Açores seguem-se os turistas da Alemanha e dos Estados Unidos, e no Alentejo e Centro os espanhóis e franceses em ambos os casos.
No Algarve, o Reino Unido lidera, seguindo-se Portugal e Alemanha. Também na Madeira a maior parte dos turistas são do Reino Unido, seguindo-se Alemanha e Portugal.
Os inquéritos da AHP são feitos aos seus associados com empreendimentos turísticos (hotéis, hotéis apartamentos e pousadas), pelo que os resultados não coincidem exatamente com os divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) ou Banco de Portugal.
Já segundo o Hotel Monitor, dados consolidados entre janeiro e setembro indicam que a taxa de ocupação por quarto subiu para 74% (mais 2,7 pontos percentuais), o preço para 90 euros (mais 10%), com uma rentabilidade de 66 euros (mais 14%).
Acima da média ficam, no indicador taxa de ocupação, as regiões de Lisboa, Porto e Madeira. Já Estoril, Lisboa e Algarve praticam preços acima da média. E na rentabilidade destacam-se, por figurarem acima da média nacional, Lisboa e Algarve.
Ainda entre janeiro e setembro, 70% das dormidas são de hóspedes estrangeiros e 30% de nacionais.
A AHP divulgou ainda os resultados do inquérito aos associados da área metropolitana de Lisboa feito após a Web Summit e a comparação com a expectativa antes da realização deste evento de tecnologia, que aconteceu em novembro em Lisboa.
Os resultados indicam que o preço por quarto ficou abaixo do esperado.
O preço médio por quarto ficou em 141 euros em Lisboa, abaixo dos 145 euros esperados, e em 127 euros na área metropolitana, abaixo dos 133 euros antecipados.
Já a ocupação esperada pelos associados de Lisboa era de 88% e foi de 92%, acima do esperado, e o mesmo se registou na área metropolitana, com a taxa de ocupação de 87% a ficar acima dos 83% esperados.
Os preços por quarto e a taxa de ocupação foram melhores durante a Web Summit deste ano do que na realizada em 2016, quando a taxa de ocupação foi de 79% na cidade de Lisboa e de 75% na área metropolitana e o preço médio foi de 130 euros na cidade e 120 euros na área metropolitana.
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