“Será possível pedir a terceira dose, mas recomendamos que passem quatro meses após a administração da segunda”, afirmou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, em declarações à rádio pública Kossuth.

O político ultranacionalista argumentou que os especialistas dizem que não há risco em receber uma eventual terceira dose da vacina, ressalvando, no entanto, que caberá aos médicos decidirem os pormenores do processo.

Na segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou desnecessária uma terceira dose de reforço da vacina contra a covid-19, uma possibilidade já admitida por alguns países, tendo ainda criticado o que classificou de “ganância” em relação ao processo de vacinação.

“Não há uma evidência que indique a necessidade de uma (terceira) dose de reforço”, salientou, na altura, Ann Lindstrand, uma das responsáveis da OMS pela supervisão da vacinação contra o novo coronavírus, apelando aos países que o consideram fazer para pensarem numa perspetiva global e entregarem essas doses a países que ainda não começaram a vacinação.

Viktor Orbán anunciou hoje igualmente que “os profissionais de saúde devem ser obrigatoriamente vacinados”, uma vez que lidam com pessoas vulneráveis.

O primeiro-ministro húngaro não avançou quando esta medida irá entrar em vigor.

A vacinação obrigatória de profissionais que trabalham com pessoas mais vulneráveis em hospitais, clínicas ou em lares de idosos já foi decretada em países como França, Grécia ou Itália.

Inicialmente, a Hungria conseguiu acelerar o processo de vacinação, com o país a ter disponíveis as vacinas autorizadas no espaço da União Europeia (Moderna, Pfizer/BioNTech e AstraZeneca), mas também outros fármacos não autorizados pelo bloco comunitário, como as vacinas chinesa e russa, Sinopharm e Sputnik V, respetivamente.

Mais de 90% dos profissionais de saúde já receberam duas doses da vacina contra a covid-19.

No entanto, mais de 40% da população da Hungria, país com 9,7 milhões de habitantes, ainda não foi vacinada, e o Governo quer avançar com uma campanha que garanta a imunização das pessoas com mais de 60 anos, que poderá passar por visitas ao domicílio realizadas por profissionais de saúde.

Atualmente, na Hungria, 57% das pessoas já receberam pelo menos uma dose da vacina e 54% da população tem a vacinação completa.