O porta-voz militar dos huthis, Yahya Sarea, disse numa declaração transmitida pela televisão, em Sanaã, que os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram um total de 73 ataques contra várias províncias controladas pelos huthis no Iémen, que mataram cinco membros e feriram outros seis.

O comando da Força Aérea dos Estados Unidos no Médio Oriente disse ter atingido mais de 60 alvos em 16 locais no Iémen, incluindo “bases de comando e controlo, depósitos de munições, sistemas de lançamento, instalações de produção e sistemas de radar de defesa aérea”.

Os ataques aéreos atingiram a capital do Iémen, Sanaa, e outras cidades controladas pelos rebeldes xiitas apoiados pelo Irão, como Hodeida e Saada, disse hoje o canal de televisão huthi Al-Massirah.

Em reação, os huthis fizeram saber que vão continuar a atacar navios ligados a Israel no mar Vermelho e convocaram hoje manifestações em massa nas zonas sob o seu controlo, para protestar contra os bombardeamentos dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Os apelos aos protestos foram transmitidos pela televisão Al Masirah, porta-voz dos insurgentes, e pelos altifalantes das mesquitas da capital, Sanaã, e de outras províncias iemenitas, segundo a agência espanhola EFE.

Em Sanaã, a manifestação deverá reunir dezenas de milhares de pessoas durante a tarde na Praça Sabeen, onde decorrem os desfiles militares Houthis, enquanto as cidades de Al Hudeidah, Hajjah, Saada, Al Yauf, Amran, Dhamar e Al Dhalea, entre outras, serão também palco de protestos.

Estas manifestações foram convocadas sob o lema “Batalha da Conquista Prometida e da Santa Jihad”, nome dado pelos huthis às suas operações contra navios mercantes no Mar Vermelho, ações de apoio aos palestinianos na Faixa de Gaza.

Entretanto, numa declaração conjunta, os 10 países envolvidos (Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Bahrein, Canadá, Países Baixos, Dinamarca, Alemanha, Nova Zelândia e Coreia do Sul) observaram que o objetivo continua a ser “reduzir as tensões e restaurar a estabilidade no Mar Vermelho”.

“Não hesitaremos em defender vidas e proteger o livre fluxo do comércio numa das rotas marítimas mais críticas do mundo face às ameaças contínuas”, afirmaram.