Numa resposta enviada a questões da Lusa, a autarquia do Porto explica que, “além de disponibilizar o apoio de equipas pós-catástrofe, irá, no âmbito da geminação [com a cidade da Beira], disponibilizar 100 mil euros para a reconstrução do hospital” daquela localidade, que a organização Médicos Sem Fronteiras alertou ter ficado “seriamente danificado" devido à passagem do ciclone Idai.
O município adiantou que “está também a articular com a Associação Portugal Moçambique outro tipo de apoio”.
Quanto às equipas pós-catástrofe e aos 100 mil euros para a cidade da Beira, a autarquia esclareceu que esta ajuda vai ser dada “de acordo com as necessidades já identificadas pela ONGD [Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento] com sede no Porto, a Health4Moz”.
Esta entidade “presta já apoio no local e está articulada” com a autarquia portuense, acrescentou o município.
A Câmara explicou que só “após o período de emergência, que ainda decorre, serão quantificadas as necessidades” relativamente às equipas a enviar para Moçambique.
“Só nessa altura, de pós-catástrofe, o município do Porto estará em condições de enviar uma equipa multidisciplinar para a cidade da Beira, que dependerá das necessidades que forem reportadas”, observou.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué já provocou mais de 300 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos.
Em Moçambique, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil “estão em situação de risco”, tendo decretado o estado de emergência nacional.
O país vai ainda cumprir três dias de luto nacional, até sexta-feira.
O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.
A Cruz Vermelha Internacional indicou na terça-feira que pelo menos 400 mil pessoas estão desalojadas na Beira, em consequência do ciclone, considerando tratar-se da “pior crise” do género no país.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, viajou para a Beira, onde dezenas de portugueses perderam casas e bens devido ao ciclone Idai, para acompanhar o levantamento das necessidades e o primeiro apoio às populações afetadas.
No Zimbabué, as autoridades contabilizaram pelo menos 82 mortos e 217 desaparecidos, enquanto no Malaui as únicas estimativas conhecidas apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos.
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