No domingo, diversas organizações não-governamentais (ONG) pediram ao Presidente norte-americano Joe Biden para anular desta decisão, que pode afetar a distribuição de ajuda a milhões de iemenitas à beira da fome.
Segundo estas organizações, as isenções às sanções concedidas a “projetos humanitários” não fornecem garantias suficientes.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, prometeu na semana passada “reexaminar imediatamente” esta decisão, em particular devido aos receios de agravamento da crise humanitária neste país pobre do Médio Oriente em guerra há seis anos.
“A América é a mãe do terrorismo” e “morte a América” foram palavras de ordem entoadas pelos manifestantes em Sanaa, a capital do Iémen controlada pelos rebeldes. “Quem mata o povo iemenita? A América”, gritaram outros participantes.
“Isso apenas nos vai dar mais força”, declarou à agência noticiosa AFP Ahmed Charafeddine, um responsável rebelde que participou no protesto.
Muitos participantes exibiam cartazes com fotos das vítimas civis dos bombardeamentos da “coligação militar” dirigida pela Arábia Saudita e que desde 2015 intervém no conflito.
Outro manifestante declarou que a marcha, a segunda do género em Sanaa na última semana, era “o reflexo da firmeza do povo iemenita”.
A decisão de designar o movimento Huthi como “organização terrorista” foi anunciada pela administração do ex-Presidente dos EUA Donald Trump, por intermédio do então secretário de Estado Mike Pompeo, e foi tornada efetiva na passada terça-feira, um dia antes de abandonar a Casa Branca.
O conflito no Iémen opõe desde há seis anos os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, às forças leais ao governo instalado no sul do país, e apoiado pela “coligação árabe” com predominância saudita.
De acordo com a ONU, este conflito provocou a pior crise humanitária em curso no mundo, com dezenas de milhares de mortos e milhões de deslocados.
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