“A IGAI abriu um processo administrativo no âmbito do qual solicitou informações à Direção Nacional da PSP”, refere aquela entidade que fiscaliza a atividade das polícias, numa resposta enviada à agência Lusa.

Algumas centenas de elementos da PSP e da GNR pertencentes ao Movimento Zero protestaram na segunda-feira durante cerca de 11 horas, numa concentração que começou em frente à Assembleia da República e que depois se espalhou pelas principais vias de Lisboa num desfile que durou cerca de duas horas e meia e bloqueou o trânsito em plena hora de ponta, não estando este percurso autorizado.

Depois de se manifestarem pelas ruas de Lisboa e de uma passagem pelo Ministério da Administração Interna, os elementos das forças de segurança voltaram para junto da Assembleia da República, onde o policiamento foi reforçado durante a tarde com elementos da Unidade Especial de Polícia, após alguns manifestantes terem vestido o polo de serviço da PSP e da GNR, bem como colocarem o boné da Guarda Nacional República, o que é considerado uso indevido da farda.

No protesto, ouviram-se incentivos à desobediência e a palavra de ordem mais ouvida foi “Cabrita rua”, referindo-se ao ministro da Administração Interna, a quem também foram dirigidos vários insultos.

Fonte da PSP disse à Lusa que o Comando Metropolitano de Lisboa vai apresentar uma participação ao Ministério Público, uma vez que a manifestação estava apenas autorizada para ser realizada junto do parlamento.

Com o lema “hora de agir – unidos somos a tempestade que os atormenta!” a concentração foi organizada pelo movimento inorgânico Zero, que surgiu nas redes sociais e que congrega elementos da PSP e da GNR, e exigem a atribuição do subsídio de trisco e a atualização salarial.

O ministro da Administração Interna já tinha hoje admitido que estão a ser apuradas responsabilidades em relação ao comportamento de alguns elementos das forças de segurança na manifestação do Movimento Zero.

“Estou certo de que, quer no plano disciplinar, quer no plano do apuramento de responsabilidades de outro tipo, as instituições cumprirão as suas funções”, disse Eduardo Cabrita ao ser questionado pela agência Lusa sobre a manifestação do Movimento Zero.