Numa primeira reação no parlamento ao documento hoje apresentado, a deputada da IL, Carla Castro, considerou que este “não é o orçamento que o país precisa, não é o orçamento de crescimento”, sendo “importante descascar todas as camadas de maquilhagem que o governo põe”.

Questionada sobre o sentido de voto dos liberais, Carla Castro respondeu que “um orçamento que nasce socialista dificilmente vira liberal”, lamentando que se tenha concretizado “o pior” e insistindo que “este orçamento é mau”.

“O orçamento que dizem que é de estabilidade, confiança e compromisso, a Iniciativa Liberal tem a dizer que estabilidade sim, mas na estagnação e na sobrecarga fiscal” criticou.

Quanto à confiança, a liberal destacou que “continua a ser delapidada a confiança do governo com os portugueses” e que “não há um compromisso efetivo nem com as famílias nem com as empresas”.

O Governo entregou hoje na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que prevê que a economia portuguesa cresça 1,3% em 2023 e registe um défice orçamental de 0,9% do Produto Interno Bruto.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou que a proposta reforça os rendimentos, promove o investimento e mantém o compromisso com finanças públicas sãs num ambiente externo adverso de guerra na Europa e escalada da inflação.

O Governo visa reduzir o peso da dívida pública de 115% do PIB para 110,8% em 2023 e projeta que a inflação desacelere de 7,4% em 2022 para 4% no próximo ano.

A proposta vai ser debatida na generalidade no parlamento nos próximos dias 26 e 27, estando a votação final global do diploma marcada para 25 de novembro.