Em comunicado à CMVM, a EDP informa que através da sua subsidiária EDP Brasil, detida em 57,55%, a central térmica Pecém Geração de Energia “registará uma imparidade de 0,23 mil milhões em 2022 (impacto ‘non-cash’).
“Pecém é uma central a carvão de 720 MW [megawatts] no estado do Ceará com licença de operação até janeiro de 2044, contribuindo para a segurança de abastecimento do sistema elétrico brasileiro”, explica a EDP no comunicado.
A central “tem um Contrato de Aquisição de Energia (“CAE”) em vigor até julho de 2027, proporcionando um fluxo de receitas estável, ajustado aos níveis de inflação e disponibilidade”, continua a empresa.
Segundo explica, “o adiamento do leilão de energia A-5 (para novos CAE a partir de 2027), que estava previsto ocorrer em novembro de 2022, e a falta de visibilidade em relação aos próximos leilões de energia no Brasil tem impactado as expectativas das condições económicas da central quando da maturidade do CAE existente”.
Assim, continua, “a EDP incorporou este cenário nos testes anuais de imparidade, o que resultou num custo extraordinário de imparidade a registar no resultado líquido da EDP Brasil em 2022, com um impacto negativo de 0,13 mil milhões de euros no resultado líquido da EDP para o mesmo ano”.
De acordo com o comunicado, “o impacto final está sujeito à aprovação dos auditores externos e este custo contabilístico extraordinário é neutro em termos de ‘cash-flow’ e de dívida líquida em 2022”.
“A EDP está empenhada em manter a sua posição de liderança na transição energética, com uma estratégia clara de crescimento focada em energias renováveis, tendo definido o objetivo de eliminar a atividade de carvão do mix de receitas do Grupo EDP até 2025”, pode ainda ler-se no documento.
A EDP detém diretamente 56,05% da EDP Brasil, mas consolida 57,55% por intermédio do ajuste da detenção de ações próprias, de acordo com a informação.
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