“Tomamos nota dos três nomes apresentados pela coligação de direita que parece ser um passo útil para o diálogo”, adiantaram Enrico Letta, líder do Partido Democrático (PD), Roberto Speranza, da coligação Livres e Iguais, e Giuseppe Conte, do Movimento 5 Estrelas (M5S), numa nota conjunta.

E acrescentaram: “Respeitando as opções legítimas da direita, não acreditamos que esses nomes possam unir um amplo consenso necessário para este momento”.

No entanto, confirmaram a vontade de “chegar a uma solução repartida” para uma figura que tenha o maior apoio parlamentar possível e, em vez de anunciar os seus candidatos, convidaram o bloco conservador para encontro na quarta-feira para desbloquear a situação.

A coligação de direita italiana, dos partidos de Matteo Salvini, Silvio Berlusconi e Giorgia Meloni, propôs hoje para o cargo de chefe de Estado a antiga presidente da câmara de Milão Letizia Moratti, o procurador Carlo Nordio e o pensador Marcello Pera.

“Estamos aqui para apresentar três nomes oficiais da centro-direita”, anunciou Matteo Salvini em conferência de imprensa na Câmara dos Deputados, acompanhado pelos seus parceiros coligação: Georgia Meloni, líder do ultras Irmãos de Itália, e Antonio Tajani, que lidera as negociações do Forza Itália na vez de Silvio Berlusconi.

Georgia Meloni lembrou que no atual parlamento nenhum dos blocos tem número suficiente para colocar o seu nome proposto no Palácio Quirinal (residência oficial do Presidente da República), mas que a direita, somando todas as forças, tem mais assentos do que a oposição.

O parlamento italiano vai reunir-se hoje para uma terceira votação, prevendo-se que também não haja um acordo sobre o novo Presidente de Itália.

O Presidente italiano é eleito para um mandato de sete anos por sufrágio indireto de uma assembleia composta pelos membros das duas câmaras do parlamento (629 deputados + 321 senadores), aos quais se somam 58 delegados das regiões. Ou seja, no total, 1.008 “grandes eleitores”.

Nas três primeiras votações, é exigida uma maioria de dois terços (672 votos), mas, a partir da quarta votação, a maioria absoluta (metade dos votos mais um, ou seja, 505) é suficiente.

A votação é feita em boletins secretos no hemiciclo do palácio Montecitório, a sede da Câmara dos Deputados (câmara baixa).