“Quando olhamos para este troço, temos de olhar historicamente para um troço que liga aquilo que é o Terreiro do Paço com a zona norte da cidade [Alta de Lisboa] e o sonho que temos que este troço ligue até ao Campo Grande”, declarou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), referindo que o projeto prevê a ligação direta e contínua do sul ao norte do concelho, “o que seria único e uma obra realmente estruturante”.

Na inauguração desta 2.ª fase do projeto Eixo Central, na Avenida Nuno Krus Abecassis, Carlos Moedas partilhou os créditos da concretização da obra, que se iniciou com o anterior executivo municipal, sob a presidência do socialista Fernando Medina, ao agradecer a presença da vereadora do PS Inês Drummond: “São muitos anos de trabalho e muitos anos deste sonho, portanto é muito importante que estejamos unidos neste momento”.

“A concretização deste trecho, deste troço, é extremamente importante para a nossa cidade, ele é extremamente importante em termos de mobilidade, em termos de cidade verde que queremos ser e em termos de habitação”, reforçou o presidente da Câmara de Lisboa, defendendo uma visão de projetos de longo prazo, que devem ter continuidade, apesar de alterações na governação política do município.

Relativamente ao novo troço na Avenida Nuno Krus Abecassis, o autarca disse que a intervenção abrange uma área de 550 metros, num investimento de nove milhões de euros, com 530 novas árvores, 13.000 novos arbustos e 4.500 metros quadrados de relvado, o que corresponde a mais um espaço verde na cidade.

Em termos de mobilidade, o projeto prevê a construção das novas instalações da Carris, empresa municipal de transporte público de Lisboa, indicou Carlos Moedas, referindo que, além da gratuitidade dos transportes públicos para jovens e idosos, o executivo estima “muito investimento” nesta área, inclusive “mais 88 autocarros este ano”.

O novo troço inclui zonas cicláveis, identificadas no chão com pequenos símbolos em metal com uma bicicleta, sinalização que o presidente da câmara reconheceu que precisa de ser melhorada, para ser facilmente visível.

Na área da habitação, o social-democrata anunciou a construção de “mais de 2.000 fogos nesta zona da cidade”, realçando o “papel social” da SGAL – Sociedade de Mediação Imobiliária no projeto, assim como no Programa Especial de Realojamento (PER), implementando em 1993 (cumpre este ano três décadas), para erradicação das barracas em Lisboa.

O autarca reforçou a necessidade de construir mais casas na cidade para responder à necessidade de quem não consegue aceder a uma habitação através do mercado privado devido ao preço das rendas, nomeadamente trabalhadores deslocados como polícias e professores.

“Não estamos aqui hoje porque estamos a inaugurar um troço de estrada, estamos aqui a inaugurar um troço de cidade que nos traz mais verde, que nos traz mais mobilidade e que nos traz mais habitação para os lisboetas”, afirmou Carlos Moedas, agradecendo a colaboração da presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara, Maria da Graça Ferreira (PS).

A autarca de Santa Clara reclamou “coesão territorial na cidade de Lisboa”, referindo que a freguesia está “muito isolada” e a necessitar de “muitas intervenções”, nomeadamente de requalificação urbana e de mobilidade, em que o projeto do Eixo Central na Alta de Lisboa “não pode parar”.

Assumindo como positiva a “pressão” da autarca do PS, o presidente da câmara comprometeu-se a continuar a executar o projeto do Eixo Central, indicando que o executivo está a trabalhar nessa “grande obra de ligação” entre as zonas norte e sul da cidade.

A obra deve vir do Terreiro do Paço, chegando numa linha direta até ao Saldanha, seguindo para Entrecampos e no Campo Grande surge uma ligação, atrás da Universidade Lusófona, que vem dar a uma rotunda junto à Avenida Nuno Krus Abecassis, neste novo troço do Eixo Central na Alta de Lisboa, explicou Carlos Moedas, sem apontar prazos de execução, nem valores de investimento.

O projeto vai incluir a construção no novo edifício do Arquivo Municipal de Lisboa, “uma obra que também se fala há 20 anos”, acrescentou o autarca.

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