Apesar dos esforços de cerca de uma centena de operacionais, as chamas consumiram "o pavilhão principal" da fábrica, acrescentou a mesma fonte.
O alerta foi dado às 23:19 de quarta-feira, de acordo com a informação disponibilizada no 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Às 09:45, estavam ainda no local 50 operacionais, com o apoio 19 veículos.
A Esmaltina é uma das mais antigas empresas de bicicletas do país.
Fundada em 1970, possui um volume de faturação de cerca de 10 milhões de euros e emprega atualmente pouco mais de 50 pessoas. Produz cerca de 200 mil veículos por ano, sobretudo para o mercado ibérico.
“A Esmaltina já produziu mais de três milhões de bicicletas para os seus clientes na Europa, África e América do Sul”, lê-se no ‘site’ da empresa.
Em declarações à Lusa, a autarca contou que já esteve com os proprietários da Esmaltina, que “estão em estado de choque e a tentar perceber a dimensão dos prejuízos”.
“Não sabem o que possa ter causado o incêndio. O proprietário, ao chegar ao local durante a noite, pensou que o incêndio estava localizado num determinado ponto e quando se aperceberam já corria quase a nave principal”, lamentou.
A presidente da Câmara Municipal de Anadia destacou ainda que este incêndio ocorre numa altura em que “a empresa tinha material pronto para entrega” e “o armazém com stocks que garantiam a continuidade da produção”.
“Os funcionários também estão chocados e obviamente preocupados pelo que pude ver, mas demonstram ter grande vontade de dar a mão e ajudar. É preciso ter muita coragem e apoios para poder voltarem a erguer-se, com a motivação e empenho de todos os seus colaboradores, que já são mais de uma centena”, acrescentou.
Teresa Cardoso, que assume a liderança da autarquia de Anadia desde 2013, recordou que duas outras empresas, com construções similares, foram atingidas pelas chamas nos seus primeiro e segundo mandatos.
“Ergueram os braços, hoje estão a laborar e desejo que o mesmo possa vir a acontecer com esta empresa. Da parte da Câmara Municipal, estaremos com eles, dentro do que for a nossa capacidade e competências”, concluiu.
Presidente da Câmara de Anadia desolada com incêndio em fábrica de bicicletas
A presidente da Câmara Municipal de Anadia, Teresa Cardoso, disse hoje estar desolada perante a destruição que as chamas deixaram, durante a madrugada, na fábrica de bicicletas Esmaltina, localizada em Sangalhos.
“É uma grande perda, para os proprietários, para os trabalhadores e para o concelho. Pelo que conseguimos analisar do exterior, a fábrica está praticamente toda destruída: o que está em pé é basicamente a parte de escritórios”, referiu.
Associação destaca papel “significativo” da fábrica Esmaltina no setor das bicicletas
O presidente da ABIMOTA - Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas, Gil Nadais, destacou o papel significativo, histórico, da fábrica de Bicicletas Esmaltina, em Sangalhos, no concelho de Anadia, Aveiro, que ficou hoje destruída pelo fogo.
Em declarações hoje à agência Lusa, o presidente da ABIMOTA lamentou a destruição da fábrica, mas disse ter esperança que a fábrica consiga reerguer-se.
“Esta é uma fábrica histórica, emblemática no setor, será das mais antigas senão a mais antiga fábrica de bicicletas portuguesa. Tinha um papel significativo na produção de bicicletas sobretudo na área da exportação e também tinha uma forte componente de trabalho na área das bicicletas elétricas, portanto fica um sentimento de perda, mas esperemos e estamos convictos que será por pouco tempo”, disse.
De acordo com Gil Nadais, o concelho de Anadia, no distrito de Aveiro, tem um forte polo de montagem de bicicletas, com grandes empresas, mas mais recentes do que a Esmaltina.
“A Esmaltina colocava-se mais na montagem de bicicletas embora tivesse algum fabrico. Fabricava algumas rodas por exemplo e um ou outro componente para as suas bicicletas. Abastecia-se sobretudo no mercado nacional, mas também recorria às importações”, contou.
Segundo o presidente da ABIMOTA, as empresas do setor de duas rodas neste momento em Portugal são em número significativo.
“Se não fossem não poderiam fazer do setor o maior produtor de bicicletas da Europa”, destacou, acrescentando que entre montagem e componentes, existem no país mais de 70 empresas.
Apesar do desfecho da fábrica histórica, Gil Nadais acredita que a emblemática fábrica não irá desaparecer.
[Notícia atualizada às 10:40]
Comentários