Um incêndio de enormes proporções está a consumir um prédio habitacional de 27 andares no centro de Londres, desde a madrugada desta quarta-feira. De acordo com a polícia metropolitana, que cita as autoridades britânicas, há pelo menos 74 feridos, 20 dos quais em estado crítico, e 12 vítimas mortais.

“Posso confirmar que há seis mortos neste momento, mas o balanço corre o risco de aumentar durante a operação de rescaldo que se prevê complexa e poderá durar vários dias”, declarou num comunicado Stuart Cundy, comandante da polícia metropolitana, quando continuam desaparecidas numerosas pessoas.

Paul Woodrow, o chefe de operações, disse que 20 desses pacientes estão em estado crítico, referindo que as vítimas estavam a ser tratadas de uma série de lesões e inalação de fumaça.

Enormes labaredas terão tomado conta do edifício, num combate que já envolve 200 bombeiros apoiados por 40 veículos.

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A Brigada de Bombeiros de Londres disse que o incêndio envolveu todos os pisos do segundo ao último andar da Torre Grenfell, onde várias centenas de pessoas moravam no Lancaster West Estate, no oeste de Londres.

Habitantes portugueses do prédio que ardeu em Londres conseguiram abandonar o edifício
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“Podemos confirmar que levámos 30 pacientes para cinco hospitais de Londres após o incidente em Lancaster West Estate”, afirmou Stuart Crichton, diretor adjunto de operações do Serviço de Ambulâncias de Londres, em comunicado, no primeiro rescaldo do incidente. Atualmente já se contabilizam 50 de feridos.

O serviço indicou ainda que no local estão “mais de 20 equipas” especializadas.

Algumas pessoas ficaram encurraladas nas suas casas ou nos corredores do prédio pelo fogo, com os media britânico a noticiarem relatos de desespero com várias pessoas a gritar por ajuda nas janelas do andares mais altos.

Há também relatos de moradores que acordaram o cheiro a queimado e correram para fugir através de corredores já cheios de fumo.

"Os bombeiros, com recurso a aparelhos de respiração, estão a trabalhar neste ambiente extremamente duro, e em condições muito difíceis, para enfrentar este incêndio", disse o comissário adjunto da Brigada de Bombeiros de Londres, Dan Daly.

O mayor de Londres, Sadiq Khan, disse que um "grande incidente" foi declarado. A polícia fechou a A40, uma importante estrada que saiu do oeste de Londres, enquanto algumas partes da rede de metro de Londres foi também fechadaa por precaução.

Mais tarde, em declarações à Sky News, Khan disse que "muitas pessoas estão desaparecidas", embora não esteja descartada a possibilidade de muitas pessoas terem "encontrado refúgios seguros nas casas de vizinhos ou amigos".

A causa do incêndio, que começou antes das 1h00, ainda não é conhecida, disse a Brigada de Bombeiros.

Os residentes disseram que os reparos, incluindo a adição de algum tipo de revestimento, foram feitos no exterior do bloco recentemente.

O edifício tem 120 habitações onde se estima que moram cerca de 500 pessoas, muitas delas jovens famílias.

Duas crianças portuguesas estão internadas, mas fora de perigo, enquanto os pais foram assistidos, mas estão bem, segundo disse à Lusa fonte da Secretaria de Estado das Comunidades.

Um total de 10 portugueses residiam em três apartamentos do prédio, e todas estão bem à exceção das duas crianças.

[Notícia atualizada às 17h11]