Esta manhã a aldeia de Parada do Pinhão estava ainda coberta por um manto de fumo intenso, embora o fogo já esteja extinto.

Artur Fernandes, proprietário de uma panificadora e de uma unidade de turismo rural, disse aos jornalistas que, ao final da tarde de domingo, se viveram momentos muito complicados nesta aldeia, onde o fogo chegou muito rápido, empurrado pelo vento forte e pelas projeções.

"A nossa preocupação era salvar a padaria e graças a Deus conseguimos, mas não conseguimos salvar aqui as máquinas e o estaleiro cheio de lenha" frisou.

A padaria fica de um lado da estrada e do outro a casa de habitação do empresário, bem como o estaleiro onde estavam depositadas cerca de 200 toneladas de lenha, num valor de cerca de 20 mil euros, e onde esta manhã os bombeiros ainda estavam a fazer operações de rescaldo.

"Ainda tentamos salvar, conseguimos retirar algumas máquinas, mas foi muito rápido, quando ia tirar o trator caí e deixei cair a chave, que ficou no meio da lenha e nunca mais a vi", lamentou.

Artur Fernandes ainda não fez as contas aos prejuízos deixados pelas chamas, mas disse que "são muito grandes".

Felizmente, frisou, o fogo não chegou à unidade de turismo rural que possui junto ao rio Pinhão. No entanto, por precaução foram retirados os 25 turistas que lá estavam.

Henrique Gonçalves tinha ido visitar a família a Murça, quando viu o fumo intenso e as imagens do fogo na televisão. "Viemos logo para cá, mas tivemos que dar uma volta maluca para cá chegar e, quando chegamos, já nada podíamos fazer", afirmou.

Ardeu o telhado da sua casa, mas a água usada para apagar as chamas destruíram também o interior da habitação, localizada junto a um santuário.

Henrique Gonçalves passou a noite em casa da filha em Sabrosa e, agora, só espera, que o telhado possa ser reparado antes da chegada do inverno.

Esta casa ardeu numa altura em que os bombeiros estavam concentrados em apagar o fogo em duas outras habitações, localizadas mais em baixo. Estas casas não eram habitadas.

O fogo deflagrou cerca das 13:00 de domingo, junto à Autoestrada 4 (A4), chegou a ser dado como dominado e reativou-se, depois, com muita intensidade e empurrado pelo vento forte e cruzado e seguiu em direção a três aldeias: Vilarinho de Parada, Parada do Pinhão e Paredes. Um troço da A4 chegou a estar fechado.

O presidente da Câmara de Sabrosa, Domingos Carvas, disse que ainda não conseguiu fazer as contas à área ardida, mas falou em elevados prejuízos para o concelho.

"Foram horas complicadas e muito intensas. Ardeu muita coisa, não são muitos hectares mas é pinhal já adulto", salientou.

No combate a este fogo chegaram a estar 250 operacionais. Esta manhã ainda se mantêm em operações de rescaldo e consolidação do fogo ajudados por um helicóptero.