Jerónimo de Sousa criticou hoje, no concelho de Arganil, o excesso de burocracia que atrasa a chegada de apoios aos produtores agropecuários afetados pelos incêndios de há um ano na região Centro.

“O ministro da Agricultura convida o senhor secretário-geral do PCP a visitar o site do IFAP [Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas], onde está publicada a lista nominal dos mais de 25 mil agricultores já apoiados pelo Governo na sequência dos incêndios que afetaram o país há um ano”, refere Capoulas Santos, numa reação, por escrito, enviada à agência Lusa pelo seu gabinete.

Segundo a mesma nota, “os apoios já integralmente pagos ultrapassam os 52 milhões de euros”, aguardando “comprovativos de pagamento cerca de 13,7 milhões” que estão disponíveis para apoiar os agricultores que apresentaram prejuízos superiores a cinco mil euros.

“Os pagamentos poderão ser feitos por adiantamento, contra a entrega das faturas, dispondo os agricultores de um prazo de 45 dias para apresentarem os respetivos recibos, comprovativos do pagamento efetivo”, acrescenta ainda o ministro.

Em declarações aos jornalistas durante uma visita a uma exploração de animais ovinos em Vila Cova do Alva, que ardeu nos incêndios de 15 de outubro de 2017, Jerónimo de Sousa denunciou que se verificam atrasos nos apoios aos produtores afetados "por dificuldades objetivas no plano da burocracia que deviam ser claramente arredadas", em contraste com "a coragem de quem perdeu tudo".

"Queremos dizer ao Governo que é preciso um outro olhar e acelerar processos em nome da defesa de interesses das populações e da produção nacional", afirmou o líder comunista.

Tendo em conta a dimensão da tragédia do ano passado, "não exigia que estivesse tudo feito, mas a verdade é que atrasos que resultam de obstáculos burocráticos dos respetivos ministérios, em particular da Agricultura, dificultam a vida às pessoas", sublinhou.

Jerónimo de Sousa considera que o Governo comete um erro, com o ministro da Agricultura a "anunciar sistematicamente milhões e milhões e depois, na verdade, encontramos uma disparidade muito grande com a sua aplicabilidade".

"Não vieram esses milhões, os fundos são muito limitados e a concretização dos objetivos só é possível com as verbas necessárias e o investimento na defesa da produção nacional e das pessoas fustigadas pela tragédia dos incêndios", frisou.

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