No briefing desta manhã o comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, revelou que, até agora, 669 pessoas foram evacuadas das suas casas, entre situações de prevenção e de perigo iminente.

André Fernandes explicou que algumas destas pessoas já regressaram, mas em alguns casos ainda está a ser feita a validação da segurança das habitações.

Segundo a ANEPC, o incêndio em Cumeada (Ourém) provocou danos em 23 habitações, anexos e garagens, o de Abiul (Pombal) danificou quatro habitações e uma 'roulotte', em Caranguejeira (Leiria) sofreram danos duas habitações e uma vacaria e em Espite (Ourém) há registo de duas habitações e dois anexos.

André Fernandes precisou que a única via que se mantém cortada é o IC2 entre o nó do Barracão e o Nó da Boavista.

Questionado sobre as evacuações no incêndio do distrito de Faro, que deflagrou hoje, o comandante nacional disse que essa contabilização está a ser feita.

O mesmo responsável referiu igualmente que, do ponto de vista do combate, os reforços estão a ser feitos consoante as análises operacionais e de risco, existindo pré-posicionamentos de meios ao nível distrital, municipal e nacional, além do reforço do ponto de vista da vigilância.

André Fernandes revelou ainda que entre os dias sete e 12 de julho, ou seja, desde que a onda de calor tem colocado Portugal debaixo de elevadas temperaturas, um contexto que fez disparar o risco de incêndio, 121 pessoas ficaram feridas, duas das quais em estado grave.

A região do Porto continua a ser aquele que contabiliza o maior número de ignições, sempre que aquilo que é expectável, de acordo com o comandante, é "uma tendência de aumento de ignições", também perante aquilo que será uma "continuação do agravamento das condições meteorológicas".

Para contrariar este incremento do número de ignições, André Fernandes sublinhou a "tolerância zero ao uso de fogo" para precaver os “menores danos possíveis” e adotar “comportamentos adequados”. Isto, um dia depois de durante a terça-feira terem-se registado “ignições noturnas” em “pontos de difícil acesso”.

Segundo André Fernandes, os incêndios em curso mais preocupantes lavravam em Abiul, no concelho do Pombal, em Caranguejeira (Leiria), Monte Negro (Faro), Lindoso (Ponte da Barca), Abrunhosa-a-Velha (Mangualde), Portela (Monção) e em Freitas e Vila Cova (Fafe).

“Estes incêndios envolvem um total de 1.314 operacionais, 391 viaturas e 128 meios aéreos, o que significa que estão numa fase de ataque ampliado e o restante dispositivo, quer aéreo, quer terrestre, encontra-se em formatação de ataque inicial para garantir que novas ignições não se transformem em ignição de grande dimensão”, disse o comandante nacional.

O país esteve entre sexta-feira e domingo em situação de alerta devido ao risco de incêndio rural, tendo passado para contingência na segunda-feira, uma situação que se vai manter até às 23:59 horas de sexta-feira, mas que poderá ser prolongada caso seja necessário.

A situação de contingência, que corresponde ao segundo nível de resposta previsto na Lei de Bases da Proteção Civil, é declarado quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou medidas especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.