Os dois aviões médios anfíbios disponibilizados pelo Governo português para ajudar a combater os incêndios na Suécia regressaram ao final da tarde de hoje ao centro de meios aéreos de Vila Real.

No aeródromo marcaram presença o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, e Miguel Cruz, o elemento da Autoridade Nacional de proteção Civil (ANPC) que liderou a missão à Suécia.

Miguel Cruz garantiu que as duas aeronaves, que estão estacionadas em Vila Real e prestam apoio a toda a região Norte do país, estarão prontas a operar a partir de sexta-feira em caso de incêndio.

Os dois aviões, explicou, irão ser alvo de uma inspeção e verificação e estarão prontos a operar de imediato e reforçar o dispositivo nacional, que é composto por 56 meios aéreos.

O responsável fez ainda um balanço "muito positivo" da missão à Suécia.

“Estas aeronaves efetuaram um total de 90 horas e 30 minutos de voo, incluindo 46 horas em operação. Tiveram um total de 357 descargas, o que equivale a cerca de um milhão e cem mil litros de água. Participaram em cerca de 10 incêndios, tendo apoiado a extinção de seis e ficando quatro ativos que já eram de grande dimensão”, referiu.

Miguel Cruz salientou que a “integração foi muito boa” e houve um “grande cuidado por parte das autoridades suecas de perceber que tipo de procedimentos são utilizamos em Portugal”.

Sublinhou ainda a “boa articulação com os restantes módulos presentes, quer o módulo italiano quer o francês.

“E houve, claramente um aspeto muito positivo, que foi o reconhecimento do nosso trabalho por parte das autoridades suecas e povo sueco”, acrescentou.

O secretário de Estado da Proteção Civil referiu que, desde o início do ano e até quinta-feira, foram registados 6.557 incêndios em Portugal, dos quais cerca de 70% foram originados por atos negligentes.

“A boa notícia é que não foi notícia porque os meios conseguiram atacar logo numa fase inicial todos esses incêndios e eles não ganharam expressão”, salientou José Artur Neves.

O governante apelou aos cidadãos para “não correrem riscos” perante o estado de alerta e os dias de calor extremo no país.

“Estão proibidos foguetes, trabalhos em espaços rurais com máquinas que possam faiscar, estão proibidos trabalhos na floresta, tudo o que possa possibilitar uma ignição”, reforçou.