Na Mata Nacional de Leiria, onde foi apresentado o Plano de Investimentos Matas Públicas do Centro e Litoral, que será aplicado até 2022, Rogério Rodrigues revelou a necessidade "de fazer retanchas [substituições] em cerca de 70 a 80% das áreas":
"De 2018 para 2019 tivemos grandes taxas de mortalidade", disse, apontando "um ano muito seco" e "picos de 45 a 47 graus centígrados no verão" como fatores que aumentaram a dificuldade de "pequenas plantas viverem".
"Essas áreas terão de ser replantadas", anunciou Rogério Rodrigues, lembrando que, em terrenos como o da Mata Nacional de Leiria, o normal são mortalidades de 20 a 30%.
O presidente do ICNF espera que "o tempo ajude" a fazer vingar o investimento de 18 milhões de euros anunciado hoje para as matas do litoral centro.
"Se tivermos outonos muito chuvosos e primaveras não muito secas, mas chuvosas, toda a planificação terá um grau de sucesso ainda maior e, na que já tiver ocorrido, teremos menos mortalidade", acrescentou.
Num dos talhões ardidos em 2017, durante "os dois grandes incêndios que acabaram por consumir 24 mil hectares em 12 horas", Rogério Rodrigues descreveu os detalhes do Plano de Investimentos Matas Públicas do Centro e Litoral, que intervirá também nas áreas afetadas pela passagem do furacão Leslie, em 2018.
A estruturação das áreas verdes que sobreviveram, retirada das árvores partidas e derrubada pelo Leslie, recuperação de zonas ardidas e beneficiação da rede viária são intervenções contempladas no plano, que conta com um orçamento de 18 milhões de euros suportado pela venda da madeira.
O presidente do ICNF garantiu ainda capacidade de resposta dos viveiros nacionais para "fornecer plantas para mais de uma década".
"Finalmente conseguimos ir melhorando o ritmo de produção dos viveiros de Amarante, da Malcata e também no sul do país. Os nossos viveiros estão preparados para a plantação de 2019, 2020, e, a partir daí, para que todo o trabalho de arborização esteja concluído", explicou.
Concretamente na Mata Nacional de Leiria, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento prometeu que a mancha verde continuará a "ser um pinhal".
"Quem pensou, pensou bem: vamos continuar a ter pinhal bravo", afirmou Miguel Freitas, avançando que, "por proposta da Comissão Científica", serão testadas outras árvores de crescimento lento "em zonas essencialmente de proteção".
O pinhal, que está no concelho da Marinha Grande, receberá "cordões de pinheiro manso" nas "grandes autoestradas de defesa da floresta contra incêndios" que serão criadas.
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